Número de refugiados na Síria passa de 2 milhões, diz agência da ONU
O número pessoas que fugiram da Síria desde o começo da guerra civil no país, em março de 2011, ultrapassou nesta terça-feira (3) os 2 milhões, de acordo com a Acnur (Agência das Nações Unidas Para Refugiados).
A situação é alarmante e representa um salto de quase 1,8 milhão de pessoas em 12 meses, de acordo com a agência. Cerca de 5.000 sírios se refugiam todo dia.
Mais de 97% dos refugiados estão abrigados em países fronteiriços, sobrecarregando a infraestrutura, economia e sociedade das nações vizinhas, informa a Acnur, que vai se reunir com representantes do Iraque, Jordânia, Líbano e Turquia nesta quarta-feira (4) em Geneva (Suiça) para discutir a crise.
O Líbano foi o país que mais recebeu refugiados cadastrados: 716 mil. Em seguida estão Jordânia e Turquia, com 515 mil e 460 mil, respectivamente. Iraque recebeu 168 mil e o Egito, 110 mil.
Outras 4,25 milhões de pessoas estão refugiadas dentro do país, informa a agência.
A atriz Angelina Jolie, enviada especial da Acnur, citou "implicações catastróficas": "Se a situação continuar a piorar neste ritmo, o número de refugiados só vai aumentar, e alguns países vizinhos podem chegar ao ponto do colapso", alerta.
O chefe da agência, António Guterres, diz que a situação na Síria se tornou uma "calamidade humanitária com sofrimento e deslocamento sem paralelos na história recente".
Em agosto, o órgão anunciou que o número de crianças refugiados havia chegado a 1 milhão.
Obama diz estar preparado para atacar Síria
O presidente americano, Barack Obama, afirmou, neste sábado (31) que, apesar de o Exército dos Estados Unidos estar preparado para atacar a Síria, em represália ao uso de armas químicas --o que Obama classificou como grave ameaça à segurança dos EUA e das nações vizinhas ao país do Oriente Médio--, ele só daria a ordem se o Congresso americano desse o aval para isso.
Obama está em contato quase que diário com o presidente da França, François Hollande, discutindo uma provável ação militar na Síria coordenada com o Exército francês.
Nesta segunda-feira (2), a inteligência francesa, a exemplo da inteligência americana, também afirmou ter provas de que o regime sírio usou armas químicas de destruição em massa contra a população.
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