Obama diz que EUA podem intervir no Oriente Médio por 'combustíveis' e contra 'terroristas'
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta terça-feira (24) que está disposto a usar força militar para “garantir interesses dos EUA no Oriente Médio” e listou ameaças terroristas e tentativas de interromper o fluxo de combustíveis na região como fatores que podem motivar uma intervenção. Ele foi o segundo chefe de Estado a discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
“Qualquer perturbação no comércio de combustíveis tem um impacto enorme na economia mundial”, afirmou Obama. “Além disso, não toleraremos o desenvolvimento e uso de armas de destruição em massa.” Obama, no entanto, disse saber que a “democracia não pode ser imposta via força militar”.
O presidente afirmou ainda que os EUA “limitaram” o uso de drones – aviões não tripulados usados em operações contra alvos inimigos – apenas para “os casos nos quais o indivíduo representa uma ameaça nosso país”.
Espionagem
Obama afirmou também que "já começamos a revisar a maneira como coletamos informações", numa tentativa de equilibrar questões de segurança nacional com as preocupações de países aliados com relação à "privacidade".
Dilma critica espionagem
Veja o discurso de Dilma na ONU
No discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, a presidente Dilma Rousseff chamou de "violações dos direitos humanos" a suposta espionagem dos Estados Unidos ao governo e empresas brasileiras.
As denúncias de espionagem vieram à tona no início do mês, após reportagem da TV Globo mostrar que a NSA (Agência de Segurança Nacional) dos Estados Unidos monitorou comunicações de integrantes do governo e empresas, segundo dados obtidos com o ex-analista da agência, Edward Snowden.
O episódio fez com que Dilma adiasse uma viagem que faria aos Estados Unidos na semana passada, por considerar 'insuficientes' as explicações de Obama para o episódio.
Aproximação com o Irã
Obama, defendeu em seu discurso a via diplomática para as negociações com o Irã, e elogiou as declarações recentes do presidente iraniano, Hassan Rowhani, de que seu país "nunca desenvolverá armas nucleares".
"A desconfiança [entre os dois países] é antiga. Não acredito que nossa história problemática possa ser resolvida da noite para o dia. Mas a sinalização de que o regime iraniano não persegue armas de destruição em massa é louvável", disse Obama.
Segundo Obama, "o caminho pode ser duro, mas acredito firmemente que a 'estrada' da diplomacia precisa ser tomada". O presidente afirmou que o secretário de Estado, John Kerry, está encarregado de "buscar progressos diplomáticos" na questão nuclear iraniana.
Kerry deve se reunir com o ministro do Exterior do Irã, Mohammed Javad Zarif, para discutir a questão.
'Judeus sufocados'
O presidente comparou em sua fala os síros que morreram em supostos ataques químicos lançados por forças leais ao ditador Bashar Al-Assad aos "judeus que sufocaram nas câmaras de gás alemãs durante a Segunda Guerra".
Ele voltou a criticar o que classificou como a "inação" do Conselho de Segurança da ONU para resolver a crise na Síria. "O que fazemos quando crianças são alvo de armas químicas? A comunidade internacional precisa reforçar sua condenação ao uso destes armamentos".
De acordo com Obama, a intervenção 'limitada' americana no país "foi feita tendo em vista o que era melhor para o mundo e para os Estados Unidos". Ele afirmou também que a Síria "não pode voltar a um status 'pré-guerra'", e que a posição de Assad é 'insustentável'.
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