Estudantes que correram para o alto do navio conseguiram sobreviver, diz passageiro
Os passageiros a bordo da balsa Sewol, que naufragou no litoral da Coreia do Norte nesta terça-feira (15, já quarta-feira na região) receberam a ordem para ficar em seus lugares, mesmo quando a embarcação já estava afundando. As ordens passadas pelos alto-falantes incluíram depois a colocação de coletes salva-vidas e pular na água, contaram vários sobreviventes do acidente.
“Não se movam”, disse um oficial não identificado pelos alto-falantes. “Se vocês se mexerem, é perigoso, fiquem em seus lugares”, reportou uma vítima à agência YTN, afiliada da CNN.
Um sobrevivente disse à agência que crianças foram obrigadas a ficar quietas. “Somente alguns dos que desobedeceram às ordens sobreviveram”, afirmou.
As famílias de vários estudantes receberam mensagens de texto via celular informando que a balsa estava afundando.
“[Eles] nos disseram para ficar em nossos lugares e nós obedecemos”, disse Hyun Hung Chang à agência YTN. "Mas depois, o nível da água começou a subir muito. Não sabíamos o que fazer. As crianças começaram a gritar de medo, pedindo socorro”.
Os estudantes que pularam na água ou correram para as partes mais altas da embarcação conseguiram ser resgatados. As equipes de helicópteros que voaram para o local içaram vários sobreviventes do deque do navio.
Outros passageiros que estavam na água foram resgatados pelos barcos pesqueiros e embarcações militares.
A balsa carregava 462 passageiros, sendo 325 estudantes e 15 professores de Seul, que saíam para uma viagem de quatro dias. As autoridades sul-coreanas confirmaram seis mortes. Pelo menos 164 foram resgatados, deixando em aberto o destino de 292 pessoas. Os familiares dos passageiros esperam por notícias em um ginásio de esportes.
“Eu tive que nadar para chegar até um dos barcos de resgate”, contou Lim Hyung Min, um dos estudantes sobreviventes. "A água estava tão fria, mas eu queria muito viver e nadei”.
Dezenas de mergulhadores do Exército da Coreia do Sul, marinheiros e policiais juntaram-se ao esforço de buscas. Mas a baixa temperatura das águas, as fortes correntes e pouca visibilidade complicaram a operação.
O navio Americano USS Bonhomme Richard, que patrulhava a área em missão de rotina, mudou seu curso para ajudar no resgate, no caso de um pedido do governo sul-coreano. Segundo o porta-voz Arlo Abrahamson, da Marinha dos Estados Unidos na Coreia do Sul, o governo fez um ótimo trabalho até agora, contra as dificuldades do tempo. “É uma situação terrível, digna de um pesadelo”.
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