Naufrágio na Coreia do Sul tem 6 mortes confirmadas; buscas estão suspensas
A Guarda Costeira e mergulhadores que faziam buscas no local onde uma balsa afundou na Coreia do Sul, nesta quarta-feira (16), suspenderam a operação para encontrar cerca de 280 pessoas que estão desaparecidas. O trabalho deve ser retomado amanhã.
Até a meia-noite (meio-dia no horário de Brasília), já estavam confirmadas seis mortes e 179 resgatados entre as 462 pessoas que estavam a bordo, de acordo com a agência de notícias Reuters. Dezenas de barcos e também helicópteros foram usados nas buscas, e mergulhadores vasculharam ao menos três compartimentos da embarcação à procura de vítimas. Até o momento, foram identificados três adolescentes (com idade por volta de 17 anos) e uma integrante da tripulação, de 27 anos.
A maioria dos passageiros fazia parte de um grupo de estudantes do ensino médio --325 adolescentes de Ansan (cerca de 35 km de Seul)-- que estava em uma excursão escolar para a Ilha de Jeju, um destino turístico no país.
As condições de visibilidade no local são ruins, há fortes correntes marítimas e a temperatura da água é baixa, segundo informações da Marinha, o que pode dificultar as atividades nesta quinta-feira.
Há mais de 50 pessoas feridas, e existe o temor de que o número de vítimas aumente, porque muitas pessoas podem ter ficado presas às ferragens da embarcação. Já se fala na possibilidade de esta ser a maior tragédia marítima da Coreia do Sul nas últimas décadas.
Com capacidade para transportar aproximadamente 900 pessoas, a balsa Sewol ia de Incheon (cerca de 30 km da capital) para a Ilha de Jeju. A viagem noturna (de terça para quarta-feira) teria duração prevista de 14 horas. A embarcação afundou lentamente, em um ponto a 470 km de Seul, e submergiu oito horas após enviar um pedido de socorro. Ainda não há explicações sobre a causa do naufrágio.
De acordo com o Ministério da Segurança e da Administração Pública, por volta de 2h da madrugada (horário de Brasília), cerca de 95% da embarcação já se encontrava sob a superfície.
A empresa dona da balsa Sewol divulgou um pedido de desculpas por meio de seus oficiais.
"Eu gostaria de pedir desculpas aos passageiros, incluindo estudantes e seus pais, e prometer que nossa companhia fará o seu melhor para minimizar perdas de vidas. Nós pedimos desculpas", disse Kim Young-boong, chefe de planejamento e administração da empresa marítima Chunghaejin.
Pancada antes do naufrágio
Embora ainda não tenha sido revelado o que provocou o acidente, alguns passageiros relataram ter ouvido um grande impacto antes de a balsa virar e afundar. "Nós ouvimos uma grande pancada e o barco parou", contou um passageiro ao canal local de TV YTN. "A balsa começou a virar e tivemos que nos segurar para conseguir ficar sentados", ele afirmou.
Algumas pessoas contaram que foram orientadas a ficar sentadas mesmo com a embarcação já adernando. Elas afirmaram que a balsa balançou bastante e que muita gente ficou ferida ao ser atingida por malas e outros objetos, ou ao cair por cima de outras pessoas.
Vários passageiros se jogaram na água para tentar se salvar; alguns poucos chegaram a ser socorridos por embarcações comerciais que estavam perto do local do acidente.
As vítimas resgatadas foram atendidas na Ilha de Jindo, onde receberam cuidados médicos e cobertores para se aquecer.
Em Ansan, perto de Incheon (de onde a embarcação partiu), dezenas de pais foram à escola de ensino médio Danwon, na tentativa de conseguir informações sobre os filhos que estavam na balsa. (Com agências internacionais)
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