Naufrágio deve se tornar um dos piores desastres da Coreia do Sul
O naufrágio na Coreia do Sul, que deixou ao menos quatro mortos e quase 300 desaparecidos até esta quarta-feira (16), deve se tornar um dos mais trágicos eventos do país nos tempos de paz, ou seja, sem considerar fatalidades relacionadas a guerras na península coreana.
Há duas décadas, a Coreia do Sul não registrava um acidente tão grave envolvendo o transporte marítimo. O último aconteceu em 1994, quando uma balsa de turistas pegou fogo em um lago, deixando 30 mortos.
Um ano antes, 292 passageiros da balsa Seohae, com excesso de carga, morreram na costa oeste do país. Apesar dos avisos de mau tempo e da sobrecarga, a embarcação seguiu mar adentro e afundou.
Em 2009, o navio de carga Orchid Pia naufragou após uma colisão, deixando 16 marinheiros desaparecidos.
O cargueiro Easter Bright afundou em 2007, quando 14 marinheiros sumiram.
E, em 1970, o maior número de vítimas já registrado: 323 passageiros da embarcação Namyoung morreram quando ela afundou.
Hoje, a Coreia do Sul acompanha as tentativas de resgate de 284 pessoas (a maior parte estudantes de ensino médio), entre passageiros e tripulantes da balsa Sewol, que saiu de Incheon na noite de terça-feira e chegaria a Jeju 14 horas depois, mas afundou no caminho, a cerca de 470 km da capital Seul.
Até as 19h (horário local), quatro mortes estavam confirmadas de um total de 462 pessoas na embarcação.
A esperança de que o resgate com dezenas de barcos e helicópteros teria sucesso agora se transformou em pesadelo, principalmente para os parentes das vítimas. A operação de buscas foi mantida mesmo à noite, em péssimas condições de visibilidade, mas a temperatura da água é muito baixa, o que reduz as chances de sobrevivência para as vítimas que caíram da balsa e ficaram à deriva. Sem contar os que ficaram presos à embarcação.
“Sinto em dizer que há poucas chances de aqueles que ficaram dentro [da balsa] ainda estarem vivos”, disse o chefe da equipe de resgate Cho Yang-Bok à rede local de TV YTN.
Mergulhadores foram enviados a três compartimentos da balsa submersa para tentar localizar corpos de vítimas, mas nada foi encontrado até o início da noite.
Um integrante da Guarda Costeira de Jindo, local para onde foram levadas as vítimas resgatadas com vida, disse que a região onde a balsa afundou tem as marés mais fortes da costa sul-coreana, o que também agrava o trabalho de socorro.
Balsa inclinou antes de submergir
Ainda não há explicações para o motivo do acidente. A balsa tinha capacidade para aproximadamente 900 pessoas. Passageiros resgatados disseram que perceberam um grande impacto antes de a embarcação começar a inclinar.
“Nós ouvimos uma grande pancada, e a balsa parou”, disse um passageiro à TV YTN.
Algumas pessoas relataram que foram orientadas a ficar sentadas mesmo com a embarcação já adernando. Elas contaram que a embarcação balançou bastante e que muita gente ficou ferida ao ser atingida por malas e outros objetos, ou ao cair por cima de outras pessoas.
Vários passageiros se jogaram na água para tentar se salvar; alguns poucos chegaram a ser socorridos por embarcações comerciais que estavam perto do local do acidente. (com agências internacionais)
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