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Rebeldes libertam inspetores europeus sequestrados na Ucrânia

O chefe dos observadores estrangeiros, coronel alemão Axel Schneider, é recebido pelo prefeito autoproclamado de Slovyansk,  Vacheslav Ponomarev - Alexander Zemlianichenko/AP
O chefe dos observadores estrangeiros, coronel alemão Axel Schneider, é recebido pelo prefeito autoproclamado de Slovyansk, Vacheslav Ponomarev Imagem: Alexander Zemlianichenko/AP

Do UOL, em São Paulo

03/05/2014 06h35

A OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) confirmou neste sábado (3) que os milicianos separatistas pró-russos do leste da Ucrânia libertaram seus observadores militares que estavam retidos em Slaviansk desde o dia 25 de abril.

"Os observadores militares foram libertados, mas não vamos fazer nenhum comentário até que cheguem a um local seguro", declarou à Agência Efe a porta-voz da OSCE, Natacha Rajakovic.

A libertação dos observadores por parte das milícias de Slaviansk, bastião do levante contra Kiev no leste da Ucrânia, também foi confirmada por Vladimir Lukin, enviado especial do presidente russo, Vladimir Putin, segundo a imprensa local. "Todas as 12 pessoas que estiveram na minha lista foram liberadas”, disse ele.

O líder dos insurgentes e autoproclamado prefeito de Slaviansk, Vyacheslav Ponomarev, também confirmou a libertação. "Como eu prometi a eles, comemoramos meu aniversário ontem e eles partiram. Como eu disse, eles eram meus convidados”, disse Ponomarev.

Cinco oficiais ucranianos tomados com eles também foram libertados.

Os insurgentes foram sequestrados após serem acusados pelos insurgentes de serem espiões da Otan, o que foi desmentido pela OSCE, que lembrou que seus inspetores estão na Ucrânia a convite de Kiev.

A missão, que viajava em um ônibus, foi interceptada perto de um dos acessos a Slaviansk. Os milicianos já haviam libertado um dos inspetores, o sueco Thomas Johansson, por motivos de saúde e porque seu país não é membro da Otan.

Moscou tinha criticado a atuação dos inspetores, por não terem coordenado sua chegada à região de Donetsk com os insurgentes.

Líderes condenaram sequestros

Na sexta-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, novamente pediu que os observadores fossem ser libertados, dizendo que o sequestro era “imperdoável e vergonhoso".

A chanceler alemã, Angela Merkel, havia dito anteriormente que a libertação dos sete - quatro alemães, um dinamarquês, um polonês e um tcheco - seria “um passo importante” para aliviar as tensões na região.

Os observadores não fazem parte da principal missão de monitoramento da OSCE, que foi acordada após longas negociações entre Rússia, Ucrânia e EUA. Eles são observadores militares desarmados de Estados membros.

O governo da Ucrânia confirmou um segundo dia de operações militares no leste. O ministro do Interior, Arsen Avakov, disse que a "fase ativa da operação contínua de madrugada”, com as forças ucranianas tentando tomar uma torre de televisão em Kramatorsk, cerca de 17 km de Slaviansk. (Com Agências Internacionais)