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Corte egípcia condena ex-ditador Mubarak a 3 anos de prisão por corrupção

Do UOL, em São Paulo

21/05/2014 08h36

O ex-ditador egípcio Hosni Mubarak, 86, foi condenado nesta quarta-feira (21) a três anos de prisão por roubar dinheiro público, em um caso relacionado ao orçamento dos palácios presidenciais.

O Tribunal Penal do Cairo sentenciou também os filhos do ex-mandatário, Alaa e Gamal, a quatro anos de prisão pelas mesmas acusações, em uma decisão que é apelável.

"A corte ordenou que Mohamed Hosni Mubarak seja enviado à prisão por três anos", disse o juiz Osama Shaheen, enquanto Mubarak acompanhava a decisão em uma jaula, ao lado dos filhos.

Além disso, a corte estipulou que eles deverão devolver ao Estado em compensação por esta fraude 21 milhões de libras egípcias (cerca de US$ 3 milhões) e a pagar uma multa de 125 milhões (cerca de US$ 18 milhões), além das despesas do julgamento.

Mubarak, que comandou o Egito por 30 anos, é acusado de ter posto a seu nome propriedades do Estado sem pagar por elas e incluir o valor delas (125 milhões de libras egípcias) no orçamento estatal alocado ao Ministério da Habitação e ao centro de Comunicação da presidência.

A Promotoria concluiu também que Mubarak e seus filhos usaram dinheiro público para construir e decorar propriedades imobiliárias próprias nos bairros de Heliópolis e Katameya, no Cairo, e nas localidades litorâneas de Sharm el-Sheikh e Marina, entre outras.

O ex-ditador cumpre prisão domiciliar no Hospital das Forças Armadas de Maadi, enquanto seus filhos estão presos no presídio de Tora, ambos no sudeste do Cairo.

No dia 19 de fevereiro, durante a primeira sessão do julgamento, o ex-ditador e seus filhos negaram as acusações: "Todo o mencionado pela Promotoria Pública não aconteceu em absoluto e é infundado", disse Mubarak.

Também eram processados neste caso os egípcios Mohiedin Abdel Jatim e Amre Mohammed, que trabalhavam para a presidência egípcia; e Abdel Hakim Mansur e Majid Hassan, funcionários em uma empresa terceirizada de projetos de construção.

O magistrado Osama Shahin, presidente do tribunal, se inibiu hoje de julgar estas quatro pessoas alegando que não é competente para isso.

Mubarak também está sendo julgado, em outro processo, por abuso de poder e por ordenar a morte de manifestantes durante a revolta do início de 2011, conhecida como Primavera Árabe, que acabou com as três décadas que passou no poder. (Com agências internacionais)

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