Topo

Corpos de vítimas do voo MH17 começam a deixar a Ucrânia

Primeiros corpos resgatados após a queda do avião da Malaysia Airlines são homenageados em cerimônia fúnebre no aeroporto da cidade ucraniana de Kharkiv, de onde foram embarcados para a Holanda - Gleb Garanich/Reuters
Primeiros corpos resgatados após a queda do avião da Malaysia Airlines são homenageados em cerimônia fúnebre no aeroporto da cidade ucraniana de Kharkiv, de onde foram embarcados para a Holanda Imagem: Gleb Garanich/Reuters

Do UOL, em São Paulo

23/07/2014 07h00Atualizada em 23/07/2014 11h53

Os primeiros corpos resgatados após a queda do avião da Malaysia Airlines na semana passada na Ucrânia estão sendo transportados para a Holanda, onde serão identificados. Os dois primeiros aviões com os corpos das vítimas do voo MH17 partiram nesta quarta-feira (23) da cidade ucraniana de Kharkiv.

Após um minuto de silêncio, militares transportaram os primeiros caixões e os colocaram em dois aviões Hércules C-130. Sessenta caixões partiram nesta quarta-feira (23) à Holanda a bordo destas aeronaves, informou um porta-voz da delegação holandesa.

A família real holandesa e o primeiro-ministro Mark Rutte recepcionarão os aviões na cidade de Eindhoven nesta tarde. O processo de identificação pode "levar semanas ou até meses", segundo Rutte.

O país decretou nesta quarta-feira dia de luto nacional em homenagem aos 298 mortos, dos quais 193 eram holandeses. Os primeiros 200 corpos retirados do local da queda chegaram a Kharkiv na terça-feira em um trem refrigerado.

A operação para encontrar mais corpos e garantir a integridade das provas no local do acidente continua.

Os registros de dados do voo, as chamadas caixas-pretas, foram entregues às autoridades holandesas pela Malásia. Os dispositivos serão enviados para análise em Farnborough, no Reino Unido.

A análise ficará a cargo de uma equipe britânica da Agência de Investigação de Acidentes Aéreos (AAIB, na sigla em inglês), que examinará duas horas de conversas gravadas, bem como dados de voos que ficaram gravados. 

A previsão é de que eles enviem detalhes das investigações para a Holanda dentro de 24 horas.

'Engano'

O avião caiu em uma área do leste da Ucrânia controlada por rebeldes ligados à Rússia, supostamente após ser atingido por um míssil.

Funcionários da inteligência dos EUA disseram acreditar que os rebeldes abateram o jato por engano, mas não encontraram qualquer ligação direta com a Rússia. "Passados cinco dias, parece ter sido um erro", disse a jornalistas uma alta fonte do governo americano sob condição de anonimato.

"A explicação mais plausível" para o incidente, disse o porta-voz, é que os rebeldes tenham confundido o avião civil com outra aeronave.

As autoridades disseram que suas descobertas foram baseadas, em parte, em postagens de redes sociais e vídeos divulgados nos últimos dias. Ainda assim, os EUA responsabilizaram a Rússia pelas condições que levaram ao incidente.

Países diretamente afetados pelo desastre, como Holanda, Austrália e Grã-Bretanha, têm manifestado preocupação com o fato de o local não ter sido devidamente isolado para proteção de provas sobre as causas da queda.

Enquanto isso, o conflito entre as forças do governo e rebeldes ucranianos tem continuado, com relatos de combates em Donetsk e Luhansk.

O ministro do Interior ucraniano, Arsen Avakov, disse na terça-feira que o exército havia capturado a cidade estratégica de Severodonetsk, localizada a cerca de 140 km do reduto rebelde de Donetsk.

Os combates no leste da Ucrânia eclodiram em abril e calcula-se que já custaram mais de mil vidas. (Com Agências Internacionais)