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Líbia tem maior queda no IDH; dos 187 países, 35 caíram e 38 subiram

Bombardeio no aeroporto Internacional de Tripoli, na Líbia, danificou 90% dos aviões. O país teve a maior queda no IDH - Hani Amara - 15.jul.2014 - /Reuters
Bombardeio no aeroporto Internacional de Tripoli, na Líbia, danificou 90% dos aviões. O país teve a maior queda no IDH Imagem: Hani Amara - 15.jul.2014 - /Reuters

Bruna Borges e Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

24/07/2014 02h00Atualizada em 24/07/2014 08h39

Convulsionada por uma guerra civil há três anos, a Líbia foi o país com a maior queda no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 2012 para 2013, despencando cinco posições, segundo dados do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) divulgados nesta quinta-feira (24).

O que mais subiu foi o Zimbábue, quatro pontos. No total, dos 187 países avaliados, 35 caíram no ranking e outros 38 subiram, incluindo o Brasil. Os demais 114 se mantiveram no mesmo nível.

Apesar da queda, a Líbia ainda está entre os países com alto desenvolvimento, ocupando a 55ª posição, com 0,784 de IDH (a escala vai de 0 a 1 e, quanto mais perto de 1, mais avançado). O aeroporto de Trípoli, capital do país, está fechado desde 13 de julho após ataque realizado por um grupo formado por milícias islamitas. Os conflitos seguem na região.

No caso do Zimbábue, embora tenha subido, a nação africana ocupa a 156ª posição, com 0,492 de IDH, o que a coloca ainda entre os com baixo desenvolvimento humano.

No grupo dos 35 países rebaixados, cerca de um terço está na África subsaariana (11), sendo que todos apresentam baixo desenvolvimento humano, como o Senegal, que está na 163ª posição (IDH de 0,485). 

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Na América Central, oito (a maioria de nações caribenhas) caíram no ranking. Entre os árabes, além da Líbia, outros três sofreram piora, incluindo a Síria, que também vive em conflito civil e apresentou uma queda significativa de quatro pontos, indo para a 118ª posição (0,658 de IDH). Ainda na região do Oriente Médio, o persa Irã também caiu.

Na Europa, quatro países tiveram queda (a mais expressiva foi na Irlanda, de 3 pontos, indo para 11ª colocação), mas todos continuam na classificação de alto desenvolvimento humano. Os outros três foram Suécia (12ª), Liechtenstein (18ª) e Polônia (35ª).

Em relação aos desenvolvidos, Japão também teve queda, de um ponto, ficando na 17ª posição. Os demais países que caíram estão na Oceania (3), América do Norte (México), América do Sul (Venezuela) e Ásia Central (Azerbaijão).

Os que subiram

Entre os 38 que subiram no ranking do Pnud deste ano, dez estão localizados na África subsaariana. No entanto, apesar da melhora, oito deles continuam em situação crítica, com baixo desenvolvimento humano. Os outros dois (África do Sul e Zâmbia) estão na categoria de médio desenvolvimento humano.

Nove dos que tiveram melhora estão na Ásia, incluindo China (91ª) e Coreia do Sul (15ª); oito estão na Europa, entre eles ex-repúblicas da Iugoslávia, como Sérvia e Montenegro; e cinco na Ásia Central. A América do Sul tem quatro países com melhora no IDH (Uruguai, Chile, Brasil e Suriname) e a América Central, um (Panamá). Entre os árabes, apenas o Marrocos subiu no ranking.

"Poucos países subiram nesse ranking porque é realmente muito difícil mudar de posição de um ano para o outro, são muitas dimensões estruturais envolvidas, que levam tempo mesmo", observa Andrea Bolzon, coordenadora do Relatório de Desenvolvimento Humano 2014 Nacional.