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Sobe para 381 número de mortos em terremoto na China; resgate continua

Do UOL, em São Paulo

03/08/2014 21h51Atualizada em 04/08/2014 07h39

Ao menos 381 pessoas morreram e cerca de 2.000 ficaram feridas em decorrência de um forte terremoto na província chinesa de Yunnan neste domingo (3). A agência estatal de comunicação Xinhua informou que oficiais do Exército foram enviados ao local para comandar o resgate.

O tremor de magnitude de 6,1 aconteceu às 16h30 do horário local (05h30 de Braília) no nordeste da província de Yunnan, a uma profundidade de aproximadamente 10 km, segundo o serviço americano de geofísica USGS. 

O terremoto registrado na região de Zhaotong, no nordeste da província, provocou o desabamento de prédios. "Pelo menos 381 pessoas morreram", afirmou a agência oficial de notícias Xinhua nas primeiras horas da manhã de segunda-feira.

Segundo o site China Daily News, os hospitais da região precisam de sangue para atender os feridos. Há bolsas de sangue suficientes para apenas 200 pessoas. Os moradores da região foram chamados para fazer doações. 

Epicentro do terremoto no sudoeste da China - Arte UOL - Arte UOL
Epicentro do terremoto no sudoeste da China
Imagem: Arte UOL

Maioria dos mortos são de Ludian

"Muitos edifícios sofreram danos e estamos reunindo informações sobre os mortos e feridos", declarou uma autoridade do distrito de Longtoushan à Xinhua.

Mais de 120 mortos, 180 desaparecidos e 1.300 feridos foram contabilizados no distrito de Ludian, epicentro do terremoto, informou a China News Service, segunda maior agência oficial do país.

Cerca de cinquenta pessoas morreram em dois distritos vizinhos, também da mesma cidade de Zhaotong, acrescentou, citando dados de autoridades provinciais.

Ajuda prioritária aos sobreviventes

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, caminhou por cerca de 5 km na área mais atingida pelo terromoto, e pediu prioridade no resgate de sobreviventes, apontando que mais importante que as vítimas fatais, no momento, é salvar vidas.

O presidente chinês, Xi Jinping, pediu "esforço máximo" para ajudar as vítimas, enquanto o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, "enviou suas condolências ao governo chinês e às famílias das vítimas", segundo um porta-voz.

O Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca também transmitiu suas condolências e indicou que os Estados Unidos "estão dispostos a ajudar".

"Nossos pensamentos e orações são para as famílias daqueles que perderam a vida, para os feridos e desabrigados, e para todo o povo da China neste dia tão difícil", disse a porta-voz Bernadette Meehan.

A imprensa estatal anunciou que 2.500 soldados foram enviados às áreas afetadas pelo terremoto de domingo. Eles se juntaram a uma equipe de mais 300 policiais e bombeiros procedentes de Zhaotong. Os equipamentos levados para a área atingida incluem instrumentos de detecção de sinais vitais e ferramentas de escavação.

"Não tivemos tempo para nos ocupar dos corpos. Primeiro, temos que ajudar os sobreviventes", explicou Ma Hao, estudante que se apresentou como voluntário para retirar os feridos dos edifícios desmoronados em Longtoushan.

Pessoas saíram às ruas com início do terremoto

A CCTV divulgou vídeos gravados no distrito de Ludian que mostram as pessoas aterrorizadas correndo nas ruas. Muitas pessoas deixaram rapidamente seus prédios e foram para as ruas quando o tremor começou, o fornecimento de energia foi cortado e pelo menos uma escola foi destruída, acrescentou a Xinhua. 

"Os muros de vários edifícios caíram e as tubulações de água se romperam. A luz foi cortada", informou na rede social Weibo um internauta que diz morar no distrito e que postou fotos das paredes rachadas e dos escombros na rua.

Região sofre com frequentes tremores

O serviço geológico norte-americano alertou que, "em geral, a população desta região vive em estruturas muito vulneráveis a terremotos". O sudoeste da China, situado entre as placas tectônicas Euro-asiática e Indiana, sofre com frequentes terremotos.

Os confins montanhosos de difícil acesso entre as províncias de Yunnan, Sichuan e Guizhu já registraram vários tremores nos últimos anos.

Em 1974, um terremoto de 6,8 graus na mesma região matou 1.500 pessoas, lembrou a Xinhua. Em setembro de 2012, 80 pessoas morreram em dois terremotos em uma região montanhosa entre Yunnan e Ghizhou. A província vizinha de Sichuan, uma das mais povoadas da China, registrou em maio de 2008 um terremoto de 8,0 graus que deixou 87.000 mortos e desaparecidos.

Com agências internacionais