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Problema é mental, e não de armas, diz Trump sobre morte de jornalistas

27/08/2015 09h52

O pré-candidato à Presidência dos EUA pelo Partido Republicano Donald Trump disse nesta quinta-feira (27) que se opõe a um aumento do controle de armas no país, um dia após um homem ter matado dois jornalistas ao vivo no Estado da Virgínia

"Este não é um problema com armas, é um problema mental", disse Trump em entrevista à CNN. "Não é uma questão de leis, [o problema] realmente são as pessoas."

O republicano chamou o atirador, Vester Flanagan, de "muito doente", e disse que a saúde mental é um "grande problema" nos EUA. Ele propôs um aumento de recursos para tratar problemas mentais como uma maneira de evitar mortes por armas de fogo como a de ontem.

Em declaração ontem, a Casa Branca defendeu a necessidade de leis mais duras de controle de armas, ao dizer que esse tipo de violência está se tornando "comum demais em cidades pequenas dos EUA".

"Há algumas coisas de senso comum que apenas o Congresso pode fazer que sabemos que teriam um impacto tangível sobre a redução da violência armada neste país", disse o porta-voz Josh Earnest.

A repórter Alison Parker, 24, e o cinegrafista  Adam Ward, 27, conduziam uma entrevista para a TV WDBJ, uma afiliada da CBS, no momento do ataque.

Flanagan se aproximou calmamente, filmando o ataque em primeira pessoa, e disparou cerca de 8 vezes.

Parker e Ward morreram. Vicki Gardner, que estava sendo entrevistada, passou por cirurgia e está hospitalizada. 

Flanagan tentou fugir da polícia, mas depois se matou. Antes, ele postou o vídeo do ataque no Facebook e no Twitter.

Além disso, enviou para a emissora ABC um fax com 23 páginas, intitulado "Nota de suicídio para amigos e familiares", em que diz que as mortes dos profissionais seriam uma reação ao racismo que motivou o massacre de nove negros em Charleston, na Carolina do Norte, cometido por um supremacista branco.

Em outro trecho do manifesto, o autor cita o autor do massacre de Virginia Tech, Seung Hui Cho, e manifestou admiração pelos autores do massacre em Columbine.

Flanagan diz ainda que sofria discriminação racial, assédio sexual e bullying no trabalho. Ele havia trabalhado na mesma emissora dos jornalistas mortos.

Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, desequilíbrio mental, procura por notoriedade, narcisismo e intolerância a opiniões contrárias são alguns fatores que levam uma pessoa a filmar e transmitir pela internet um assassinato cometido por ela, como fez Flanagan. (Com agências internacionais)