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Atirador de universidade em Oregon, nos EUA, é identificado

Chris Pietsch/ AP
Imagem: Chris Pietsch/ AP

Do UOL, em São Paulo

01/10/2015 22h25

Fontes de segurança americanas confirmaram, na noite desta quinta-feira (1º), que um homem de 26 anos identificado como Chris Harper Mercer foi o autor dos disparos em uma universidade na cidade de Roseburg, no Estado americano do Oregon. Com ele teriam sido encontradas quatro armas, entre elas um rifle. A polícia afirma que ele foi morto durante uma troca de tiros perto das salas de aula da Universidade Comunitária Umpqa.

O número de vítimas é incerto. O xerife de Roseburg, John Hanlin, confirmou que ao menos dez pessoas morreram, sem dizer se o atirador está entre as vítimas. Segundo ele, outras sete pessoas ficaram feridas. A procuradora-geral do Estado, Ellen Rosenblum, disse que o número de vítimas chegaria a 13. Informações passadas para a imprensa no local falavam em até 15 mortos e 20 feridos.

Segundo o jornal americano "The New York Times", Chris morava na região de Roseburg, mas ainda não há confirmação sobre a possibilidade dele ser um aluno da instituição. Testemunhas disseram que ele perguntou sobre a religião das pessoas antes de começar a atirar. Não se sabe ainda se as quatro armas chegaram a ser disparadas no ataque. De acordo com relatos, o atirador agiu de forma bastante metódica, indo de uma sala para outra.

De acordo com Hanlin, os agentes de segurança que atenderam aos primeiros chamados de ajuda "chegaram ao lugar e localizaram o agressor em um dos prédios. Houve troca de tiros e o suspeito foi abatido". Ele disse também não ter elementos para confirmar os boatos sobre os avisos que o atirador teria postado nas redes sociais desde quarta à noite. "Não ouvi comentários sobre isso".

O bombeiro Ray Shoufler disse que 11 feridos foram retirados, mas dois não resistiram e morreram. Segundo ele, na instituição "havia vários feridos em muitas salas de aula" e, por isso, as equipes de emergência improvisaram uma unidade de atendimento de urgência para os casos mais graves. Nessa pequena localidade rural, afirmou Shoufler, "praticamente todos nós temos parentes que estudam ali. É um cenário típico, no qual todo mundo conhece todo mundo". Por isso, "uma coisa dessas afeta muita, muita, muita gente", lamentou.

Em breve declaração à imprensa, a governadora do Oregon, Kate Brown, disse que o responsável pelo ataque era "um homem de 20 anos de idade". Segundo ela, a prioridade é o atendimento aos feridos e a segurança do campus.

O campus foi fechado no ataque. Os alunos que não estavam feridos foram levados de ônibus para um recinto de feiras em Douglas County, onde encontrariam amigos e parentes. Agentes da Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF, na sigla em inglês) foram até o local do ataque em busca de explosivos, armas de fogo e munição.

Obama e as armas

O presidente americano, Barack Obama, declarou sua ira e tristeza com o massacre, e voltou a fazer um apelo inflamado por uma legislação para o controle de armas. "De alguma forma isto virou rotina", disse Obama na Casa Branca. "Realmente podemos fazer algo a respeito, mas teremos que mudar nossas leis. Não pode ser assim tão fácil para alguém que quer ferir outras pessoas conseguir uma arma".

Visivelmente afetado, Obama lembrou que, "como já disse há um mês e tenho dito meses antes disso e também cada vez que isto acontece, nossos pensamentos e orações simplesmente não são suficientes. Isto não é suficiente". Nos Estados Unidos, disse, "há aproximadamente uma arma de fogo para cada homem, mulher e criança. Como é que alguém pode argumentar que mais armas nos deixam mais seguros?".

Obama reiterou seu chamado ao Congresso para que aja diante da nova comoção nacional com o massacre e discuta algum tipo de legislação de controle de armas. Na última década, mais americanos morreram vítimas de atos de violência armada do que em "atos de terrorismo, no entanto, temos um Congresso que explicitamente nos impede sequer de coletar informação sobre como podemos reduzir as mortes violentas".

Marilyn Kittelman, mãe de um dos alunos, relatou à imprensa que seu filho conseguiu se esconder em um anexo do prédio e lhe mandou uma mensagem por celular, contando o que estava acontecendo. De acordo com Marilyn, seu filho disse ter ouvido mais de 30 disparos.

Já Lorie Andrews, que mora perto da universidade, disse aos jornalistas ter ouvido disparos e chegou a pensar que fossem fogos de artifício. Tudo durou cerca de um minuto, completou ela, acrescentando que, depois, chegaram viaturas policiais e ambulâncias. Andrews contou que viu as equipes de socorro retirando um estudante banhado em sangue.

Todos os estudantes que tentavam fugir do prédio eram revistados pela polícia, que também parou vários ônibus escolares. Além disso, agentes fortemente armados faziam uma batida em todas as instalações do complexo, incluindo os estacionamentos. O campus universitário, onde estudam 3.000 pessoas, foi esvaziado e fechado.

Tiroteios são muito comuns em escolas e universidades nos Estados Unidos. Um deles ocorreu em uma escola na Dakota do Sul, na quarta-feira (30), deixando um ferido, enquanto um outro, no início de setembro, em uma universidade de Sacramento, na Califórnia, fez um morto e dois feridos.

Um jovem de 20 anos assassinou 26 pessoas, incluindo 20 crianças, na escola primária Sandy Hook em Newtown (Connecticut), em 14 de dezembro de 2012. Em 16 de abril de 2007, um estudante de 23 anos, de origem coreana, matou 32 pessoas antes de cometer suicídio no campus da universidade de Virginia Tech, Blacksburg (Virgínia). Este foi o pior massacre na história do país em tempos de paz. (Com agências internacionais, CNN e NYT)