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Ano começa e termina em tragédia, e França se prepara para Natal 'caído'

O mercado de Natal da avenida Champs-Elysées, em Paris, com movimento bem abaixo do normal neste domingo (22) - Carolina Vila-Nova/UOL
O mercado de Natal da avenida Champs-Elysées, em Paris, com movimento bem abaixo do normal neste domingo (22) Imagem: Carolina Vila-Nova/UOL

Carolina Vila-Nova

Do UOL, em Paris

23/11/2015 06h00

O ano de 2015 na França começou com uma tragédia – o ataque contra o Charlie Hebdo e o mercado kosher –, terminou com outra – os atentados da semana passada – e deixou os franceses sem muito clima para comemorar o Natal e o Ano-Novo.

Em Paris, a inauguração da iluminação de Natal da avenida Champs-Elysées, conduzida pelo ator francês Jean Dujardin (vencedor de um Oscar), chegou a ser suspensa, mas acabou ocorrendo no último dia 18 “em tom de sobriedade”, disse a prefeitura.

O tradicional mercado de Natal da avenida havia sido aberto horas antes dos atentados terroristas, apenas para voltar a ser fechado. Reabriu na última quinta-feira (19) com esquema de segurança reforçado.

“Está bem parado, mas é normal para o primeiro fim de semana de funcionamento”, minimizou uma vendedora de uma das barracas.

Com um ano difícil também do ponto de vista econômico, o comércio esperava ansiosamente pelas compras de Natal. Nos primeiros dias após os atentados, houve um recuo nas vendas de até 25%.

Várias cadeias abandonaram as referências à Black Friday – tradicional período de descontos no fim de novembro --, consideradas inapropriadas depois dos atentados, que caíram numa sexta-feira.

“Acho que esse ano vai ser menos de compras e mais para estar junto com a família. Não quero nem pensar como seria se eu tivesse perdido alguém nos ataques”, afirmou o jovem francês Marcel Ferry.

A Prefeitura de Paris havia planejado ainda plantar 17 árvores de oliveiras na praça da República, em homenagens aos mortos dos ataques de janeiro.
Mas, depois da carnificina do dia 13 de novembro, o projeto foi suspenso.

“Não seria melhor fazer uma homenagem coletiva ao conjunto das vítimas de 2015?”, questionou Françoise Rudetzki, membro do conselho de administração dos fundos de garantias das vítimas do terrorismo na França, no jornal “Le Figaro”.