Por "liderança moral" em crise de refugiados, Angela Merkel é personalidade do ano da "Time"
A chanceler (premiê) da Alemanha, Angela Merkel, foi escolhida personalidade do ano de 2015 pela revista norte-americana "Time".
A revista justificou a escolha pelo fato de a líder alemã, de 61 anos, "ter pedido mais de seu próprio país do que a maioria dos políticos faria, ter ficado firme contra a tirania e por fornecer firme liderança moral em um mundo em que isso está em falta".
É a quarta vez que uma mulher recebe o título, antes de Merkel, a filipina Corazon Aquino, ex-presidente do país, foi eleita em 1986; em 1952, foi a vez da rainha Elizabeth 2ª, e em 1936, a socialite americana Wallis Warfield Simpson levou o título, ela foi a responsável pela abdicação de um rei ao trono da Inglaterra.
A Alemanha liderou os esforços de coordenação europeia diante da chegada maciça de refugiados vindos principalmente da Síria.
Diante disso, muitos refugiados começaram a chamá-la de "Mutti" (mãe, em alemão).
Seu país já registrou a entrada de um milhão de solicitantes de asilo neste ano, segundo o número divulgado pela ministra de Assuntos Sociais do Estado federado da Baviera, Emilia Müller.
Polêmica
A lista de oito finalistas deste ano foi cercada de polêmica, ao incluir o líder do grupo extremista Estado Islâmico, Abu Bakr Al-Baghdadi.
A revista lembrou que Baghdadi "inspirou seguidores a lutar por seu auto-declarado califado no Iraque e na Síria e também protagonizar ataques na Tunísia e na França".
Outros finalistas eram o pré-candidato republicano à Presidência dos EUA Donald Trump; os líderes da Alemanha, Angela Merkel, da Rússia, Vladimir Putin, e do Irã, Hassan Rouhani; a transsexual Caitlyn Jenner; o CEO do aplicativo Uber, Travis Kalanick; e ativistas do movimento Black Lives Matter.
Putin foi indicado como o homem "que desafiou as sanções do Ocidente contra suas atividades militares na Ucrânia" e teve também um papel "crítico mas precário na guerra contra o EI".
Sobre Trump, a revista dizia que sua "retórica populista fez com que ele se tornasse um líder na corrida presidencial e levantou debate sobre o futuro do partido". A última polêmica envolvendo o republicano foi sua defesa de que os EUA impeçam a entrada de muçulmanos no país.
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