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Venezuela diz que capturou capitão que liderou rebelião contra o governo Maduro

Juan Caguaripano divulgou vídeo em 2014 no qual protestou contra o governo de Nicolás Maduro - Reprodução/Youtube
Juan Caguaripano divulgou vídeo em 2014 no qual protestou contra o governo de Nicolás Maduro Imagem: Reprodução/Youtube

Do UOL, em São Paulo

11/08/2017 21h31

O ministro de Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, informou nesta sexta-feira (11) que foram capturados os líderes do ataque ao forte militar de Paramacay, situado no estado de Carabobo, ocorrido no domingo passado. Entre os presos está o capitão Juan Caguaripano Scott, que assumiu a liderança da ação.

Através da sua conta no Twitter o ministro explicou que Caguaripano, ex-capitão da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), e o primeiro-tenente Yefferson García Dos Ramos, a quem identificou como "autores materiais e intelectuais do ataque paramilitar e terrorista", foram presos em Caracas. "Esta captura foi um duro golpe no terrorismo fascista que a direita venezuelana tem posto em prática nos últimos meses. Quem trair a pátria, quem fizer armas contra a FANB (Força Armada) e o povo receberá um castigo exemplar", acrescentou.

A imprensa venezuelana diz que os dois foram presos enquanto levavam em um veículo parte das armas roubadas no ataque ao forte militar.

Na madrugada de domingo, cerca de vinte homens invadiram o Forte Paramacay. Dois atacantes foram mortos em combates que se estenderam por três horas e oito foram detidos, entre eles um homem ferido.

O grupo era encabeçado por Caguaripano, que estava no exílio depois de ser expulso em 2014 da Força Armada por rebelião e traição.

Após o ataque, Caguaripano conseguiu fugir e subtrair armas da instalação, assim como García, acusado de ter vazado informação aos atacantes sobre a segurança do Forte Paramacay. Segundo Padrino, era o encarregado pelo armamento.

O ataque fez aumentar as tensões na crise venezuelana, em meio a protestos que exigem a saída do poder do presidente Nicolás Maduro e que deixam 125 mortos em quatro meses, aprofundadas ainda por uma Assembleia Constituinte instalada na semana passada que a oposição qualifica como uma manobra para instaurar uma ditadura.

Pouco antes da investida, Caguaripano, acompanhado de militares com armas longas, apareceu em um vídeo divulgado nas redes sociais, declarando-se em rebelião contra o que chamou de uma "tirania ilegítima". (Com agências internacionais)