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Após reclamação, repórter abandona entrevista sobre crise no Equador

Repórter põe fim a entrevista após reclamação de homem no Equador - Reprodução/Twitter
Repórter põe fim a entrevista após reclamação de homem no Equador Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

07/10/2019 18h09

Uma repórter equatoriana abandonou a entrevista depois que o próprio entrevistado reclamou por não conseguir concluir as suas respostas. O vídeo foi divulgado nas redes sociais.

Os dois falavam sobre o estado de exceção decretado pelo presidente do Equador, Lenín Moreno. O país enfrenta uma onda de protestos contra o fim dos subsídios sobre a venda de combustíveis, medida que faz parte de um acordo entre o governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Na conversa tensa, o homem diz que o Equador voltou aos anos de 60 e 70, anos de repressão militar.

"A verdade é que não teve nenhum inconveniente porque o lugar do meu trabalho está próximo da minha casa. Mas hoje tive o cuidado de sair para verificar o estado de exceção e ver que voltamos aos anos 60, 70, da repressão policial e militar", dizia o homem, ao ser interrompido pela jornalista.

"Mas você não acha que o que vem para proteger faz bem? Eles estão fornecendo segurança. Os roubos foram registrados ontem, ontem houve assaltos nas instalações de empresas comerciais...", argumentou ela.

"Sim, sim. Mas o que acontece é que, quando há caos social, há crime. Porque o caos social não é provocado pelo povo e sim pelas medidas antipopulares e por...", afirmava o rapaz, quando foi novamente interrompido pela profissional.

Foi aí que ele reclamou das interrupções e acusou a repórter de falar em nome do governo.

"Senhorita, você me faz muitas perguntas enquanto estou falando. Não me deixa terminar o raciocínio. Estamos gravando para comprovar isso. Sabemos que vocês têm slogans específicos de que não há como fazer ouvir a voz das pessoas. Vocês estão aparados pelo poder", protestou.

A repórter não gostou da reclamação do entrevistado e pôs fim na conversa. Tanto a profissional quanto o rapaz não tiveram identidades reveladas.