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Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


Zelensky acusa Rússia de terrorismo: 'Destruição consciente do povo'

Do UOL, em São Paulo e Brasília

01/03/2022 08h55Atualizada em 01/03/2022 11h12

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de fazer terrorismo após a tropas comandadas por Vladimir Putin efetuarem um bombardeio contra o prédio do governo de Kharkiv hoje e atingir também áreas residenciais próximas ao edifício. "Isso é terror contra a cidade, terror contra a Ucrânia", afirmou o mandatário em um vídeo publicado nas redes sociais.

Ainda comentando os ataques, ele também disse que a Rússia voltou a cometer um crime de guerra. Segundo o presidente ucraniano, desde o início da ofensiva russa, 56 ataques foram efetuados contra o país e 113 mísseis foram lançados.

"Dezenas de gravações provam que [o ataque a Kharkiv] não foi um disparo falso, mas uma destruição consciente do povo. Os russos sabiam em quem estavam atirando. Ninguém vai perdoar vocês pelo assassinato do povo ucraniano", completou. A Rússia tem negado que taca áreas ocupadas por civis e diz que mira apenas em infraestruturas militares.

Zelensky também voltou a pedir que os países da comunidade internacional ampliem as sanções contra a Rússia. "O mal, armado com foguetes, bombas e artilharia, precisa ser parado imediatamente. Destruído economicamente. Nós devemos mostrar que a humanidade é capaz de proteger a si mesma", disse Zelensky.

O presidente ucraniano ainda defendeu que a Rússia não pode fazer parte do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). "O mundo sabe o que fazer. Hoje, pagar pelos produtos da Rússia é dar dinheiro para o assassinato de pessoas", afirmou.

Kiev continua sendo o alvo principal da Rússia

No vídeo publicado nas redes sociais, Zelensky disse que a capital Kiev continua sendo o alvo principal dos russos. Nos últimos dias, as tropas fizeram várias ofensivas contra a cidade, mas têm encontrado forte resistência de soldados e civis ucranianos.

"Eles querem derrubar nosso Estado. Somente hoje já foram feitos três ataques [a Kiev]. A Rússia quer nos colocar pressão. Não percam tempo com isso. Negociações só são possíveis quando os dois lados não se atacam", afirmou o presidente ucraniano.

Ontem, autoridades de Rússia e da Ucrânia se reuniram em Belarus para negociações a respeito de um cessar-fogo. No entanto, o encontro acabou sem um acordo firmado entre as partes. Foi anunciada uma segunda rodada de conversas para tratar do assunto, mas essa nova reunião ainda não tem data para ocorrer.

  • Veja as últimas informações sobre a guerra na Ucrânia no UOL News com Fabíola Cidral:

Zelensky pediu 'prova' da UE que a Ucrânia não está sozinha

Em discurso transmitido no Parlamento Europeu, Zelensky reforçou pedido para que a Ucrânia seja admitida na União Europeia e pediu a entrada como uma espécie de "prova" que demonstre que o país não está "sozinho" na luta contra os russos.

"Estamos lutando também para sermos membros da Europa. Acredito que hoje, mostrando a todos o que somos, a União Europeia vai ser mais forte conosco. Sem vocês, a Ucrânia será solitária", declarou.

"Já provamos a nossa força. Já provamos que, no mínimo, somos exatamente iguais a vocês. Provem que estão conosco. Provem que não vão nos deixar sozinhos, que vocês são europeus e que nós somos europeus. Assim a vida vai superar a morte. A luz vai superar a escuridão", completou.

O presidente ucraniano ainda afirmou que 16 crianças foram mortas ontem no país por forças russas. Segundo ele, Putin vai dizer que existem operações que atingem somente infraestrutura militar. Então, questionou se essas crianças realmente estariam em locais militares.

O presidente também criticou os dois mísseis que atingiram prédios na Praça da Liberdade de Kharkiv, ressaltando que "dezenas foram mortos" e ser este o "preço da liberdade".

"Cada praça hoje vai ser chamada de Praça da Liberdade. Todas as praças em todos os lugares do país. Ninguém vai conseguir nos quebrar. Somos fortes, somos ucranianos. Temos o desejo de ver nossas crianças vivas."

Ao final do discurso, Zelensky foi aplaudido de pé pelos presentes no Parlamento Europeu.