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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Otan continuará entregando armas à Ucrânia, diz ministra da Holanda

Do UOL, em São Paulo

16/03/2022 07h51Atualizada em 16/03/2022 09h26

A Holanda e outros países que integram a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) continuarão a entregar armas para a Ucrânia, apesar das advertências da Rússia e da possibilidade de essas entregas serem alvo de ataques russos, disse hoje a ministra da Defesa da Holanda, Kajsa Ollongren, no 21º dia do conflito.

"A Holanda e outros países continuarão a entregar armas à Ucrânia", disse Ollongren em sua chegada para uma reunião com os ministros da Defesa da Otan em Bruxelas. "A Ucrânia tem o direito de se defender, continuaremos a apoiá-la."

A declaração vem depois que a Rússia alertou no fim de semana que os carregamentos militares ocidentais para a Ucrânia poderiam ser vistos como "alvos legítimos" para ataques.

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Os ministros da Defesa da Otan se reúnem hoje na sede da aliança militar na Bélgica, em caráter extraordinário, para avaliar quais deverão ser os próximos passos em meio a escalada de violência na guerra. Ucrânia, Finlândia, Suécia, Geórgia, países que não fazem parte da organização, além de representantes da União Europeia também participam do encontro.

Às vésperas da reunião extraordinária, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg afirmou que " nós - a aliança - devemos rever nossa posição militar" depois da invasão russa na Ucrânia. Na coletiva para a imprensa, Stoltenberg explicou que concretamente isso "deve significar um aumento substancial das tropas na parte oriental da Otan", com o envio de mais 40 mil soldados.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, sugeriu ontem que o país poderia desistir de sua tentativa de se juntar à aliança militar, uma demanda importante da Rússia, que invadiu o país em 24 de fevereiro. "Ouvimos durante anos que as portas estavam abertas, mas também ouvimos dizer que não podíamos aderir. Esta é a verdade e temos que reconhecê-la", declarou Zelensky.

Hoje, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que não há chance de a Ucrânia se juntar à Otan tão cedo.

A Otan vem apoiando a Ucrânia de diferentes maneiras, há anos. Desde a anexação da Crimeia, em 2014, a aliança militar treina soldados e fornece armamentos e equipamentos militares, mas a adesão do país nunca esteve sob a mesa de negociações da organização.

Hoje, os ministros da Defesa da OTAN devem abrir as discussões abordando medidas concretas para reforçar a segurança a longo prazo, em todas as áreas. O reforço das defesas aéreas e antimísseis, o reforço marítimo, a ciberdefesa assim como a manutenção de exercícios militares também estão na agenda do encontro.

Jens Stoltenberg pediu para que os membros da OTAN aumentem suas contribuições com pelo menos 2% do Produto Interno Bruto de cada país à defesa e também afirmou que a China "deveria se unir ao mundo e condenar a Rússia".

No domingo passado, o bombardeio russo que atingiu a base militar de Yavoriv, no oeste ucraniano, a apenas 15 quilômetros da fronteira com a Polônia, que faz parte da OTAN, elevou a temperatura e acendeu um alerta no Ocidente.

A Ucrânia não é membro da aliança militar, mas desde 1991, quando se tornou independente, a antiga república soviética se afiliou ao programa de Cooperação para Manutenção da Paz e Segurança, lançada pela OTAN para reestabelecer relações bilaterais com países terceiros. A partir desta parceria, Yavoriv era o local de treinamento das forças militares ucranianas e tropas vindas de outros países.

Com a guerra, a base de Yavoriv se tornou o lugar de entrada de parte da ajuda militar destinada à Ucrânia pelos países ocidentais. Além de 35 mortos e mais de 130 feridos, os mísseis russos em Yavoriv destruíram mísseis antitanques Javelin e mísseis anti-aéreos Stinger.

* Com Reuters e RFI