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Mudança do clima é um dos desafios centrais do século 21, afirma Dilma

Presidente Dilma em encontro com o presidente dos EUA, Barack Obama, em Washington - Carolyn Kaster/AP
Presidente Dilma em encontro com o presidente dos EUA, Barack Obama, em Washington Imagem: Carolyn Kaster/AP

30/06/2015 16h36

A presidente Dilma Rousseff abordou o tema da mudança climática durante conferência conjunta à imprensa na Casa Branca, ao lado do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. "A mudança climática é um dos desafios centrais do século XXI", disse, nesta terça-feira, 30.

Ela ressaltou os pontos conversados entre os dois chefes de Estado, durante reuniões na noite desta segunda-feira, 29, e na manhã desta terça. "Nós temos um grande objetivo, que é assegurar na matriz energética de cada um dos países, a presença de fontes renováveis", afirmou. Dilma ressaltou que a decisão tem relação com as perspectivas dos dois países no acordo global de redução de emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa.

A presidente disse que este é um passo para se concretizar o acordo na Conferência Mundial sobre o Clima, a COP 21, que ocorrerá em Paris, em dezembro. A presidente ressaltou ainda a intenção do Brasil de atingir o "desmatamento ilegal zero" até 2030. "Queremos virar a página e passarmos a ter uma política clara de reflorestamento. Isso tem a ver com os próprios compromissos assumidos no Código Florestal", pontuou. Além disso, ela ressaltou o compromisso do País em adotar práticas de eficiência energética, grids inteligentes, consumo mínimo de energia e equipamentos e prédio eficientes.

Parcerias

Durante a conferência, Dilma destacou a intenção de estreitar a cooperação entre os dois países, como nas áreas de educação, inovação e tecnologia. Ela listou a proposta de estabelecer parcerias entre os institutos de pesquisa de cada país para melhorias científicas, tecnológicas e de inovação. "A educação, para o Brasil, garante ganho de inclusão social permanente e um salto qualitativo em competitividade em direção à economia do conhecimento", afirmou, há pouco. Ela reforçou ainda a importância da colaboração dos norte-americanos no programa Ciências Sem Fronteiras, do governo federal.

Em seu discurso, Dilma disse sempre reiterar ao presidente dos EUA a ambição de transformar a agenda de cooperação na área de inovação em um dos temas centrais aos dois países. Neste ponto, ela citou a intenção de avançar o estreitamento de laços entre o "laboratório Airborne e o brasileiro CDP", que tratam de temas energéticos.

Em outra frente, a presidente relatou e agradeceu a decisão de facilitar a entrada nos Estados Unidos de viajantes brasileiros frequentes por meio do "Global Entry Program", o acordo que permite que brasileiros que moram em solo norte-americano tenham cobertura na área de previdência social.

Antes de encerrar seu discurso, Dilma ressaltou a importância da reaproximação dos Estados Unidos com Cuba. "A abertura de relação entre EUA e Cuba muda o patamar dos EUA para a América Latina. É importante reconhecer a importância desse ato para toda a América Latina e para a paz mundial", ressaltou.

Em tom de descontração, Dilma reiterou o convite para que Obama venha ao Brasil durante os jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. A presidente descreveu esta visita de Estado, que realiza nos EUA desde domingo, 28, como um relançamento nas relações entre os dois países.

Dilma disse ter certeza que o Brasil terá condições de garantir a segurança de atletas e autoridades durante os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Ela lembrou que o País teve experiência "bem sucedida" na área, durante a Copa do Mundo de 2014.

"Tenho certeza que teremos toda as condições de garantir a segurança das Olimpíadas assim como garantimos na Copa", afirmou. Dilma citou que, no mundial do ano passado, a segurança foi feita por um sistema de centros de operação e controle de todas as atividades de deslocamento, tanto de atletas quanto de autoridades. "Não houve nenhuma ação que não fosse controlada em 12 cidades brasileiras", ressaltou.

Crise econômica

A presidente afirmou ainda que, assim como os Estados Unidos superaram os efeitos da crise econômica de 2008, o Brasil vai fazer o mesmo com os efeitos da mesma crise que se abatem neste momento sobre a economia brasileira. Segundo ela, os dois países têm muito em comum, como a marca da escravidão, além de serem sociedade multiculturais e grandes democracias.

"Vamos voltar a crescer e assegurar todas as conquistas que tivemos nos últimos 12 anos", disse, reforçando que a intenção do governo é construir "um grande país de classe média" e fazer com que as conquistas sociais se multipliquem. A declaração foi dada em resposta à pergunta de um jornalista, após declaração conjunta ao lado de Obama.

Dilma falou do esforço brasileiro em fortalecer as políticas macro e microeconômicas, reduzindo o risco regulatório, de modo a atrair investidores. "Estamos ampliando oportunidades de investimento na infraestrutura e esperamos e agradecemos ao presidente Obama pelo empenho na presença de investidores norte-americanos nesse processo" disse.

A presidente afirmou que os Estados Unidos são um parceiro de grande relevo para o Brasil. Em sua breve fala, Dilma disse que democracias da dimensão do Brasil e dos Estados Unidos têm responsabilidade de trabalhar juntas pela paz e pela estabilidade da ordem mundial.