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Projeto de lei quer liberar plantio de cana na Amazônia; ambientalistas protestam

Produção de cana de açúcar na região Sudeste - Silva Junior/Folhapress
Produção de cana de açúcar na região Sudeste Imagem: Silva Junior/Folhapress

Renan Truffi, Julia Lindner e André Borges

Brasília

26/03/2018 10h21

Organizações socioambientais publicam nesta segunda-feira (26) uma carta de repúdio contra o projeto de lei, do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que libera o plantio de cana-de-açúcar em áreas da Amazônia Legal, região que abrange nove Estados brasileiros.

O documento, assinado por entidades como Greenpeace, Observatório do Clima, SOS Mata Atlântica e WWF, afirma que a mudança vai impulsionar o desmate. "A pecuária será empurrada para novas áreas para dar lugar à lavoura, estimulando a devastação onde hoje deveria haver intensificação. Toda a infraestrutura de processamento precisaria se instalar também ali, o que aumenta a pressão sobre a floresta."

O projeto deve ser levado à votação nesta terça-feira (27). Na última quarta, data em que é celebrado o Dia Internacional das Florestas, foi colocado em votação, mas não houve quórum para deliberar, por causa obstrução de partidos como PT, PSB e Rede.

Caso aprovado, o texto vai para a Câmara e, se não tiver alteração, para sanção. O senador João Capiberibe (PSB-AP) disse que, se aprovado, vai acionar o Supremo Tribunal Federal.

O projeto original previa a possibilidade de plantar cana em outros biomas como Cerrado, o que acabou sendo mudado. Outro artigo que chamou atenção dos parlamentares prevê créditos para a industrialização de etanol na região.

Argumento

Por nota, Flexa Ribeiro disse que o projeto libera o plantio apenas em áreas já degradadas. "Não irá se derrubar uma só árvore. Pelo contrário, ao assegurar mais uma atividade econômica em áreas degradadas à população extremamente carente da região, estamos falando em geração de emprego e renda", justificou. Para ele, "quem está contra o projeto não conhece a região", além de ignorar que a questão "é econômica".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.