Marina chama Dilma e Aécio de "fraudes" e sugere período sabático a siglas

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

  • Mastrangelo Reino/Folhapress

    A ex-senadora Marina Silva (Rede) em evento da UGT com cinco presidenciáveis em São Paulo

    A ex-senadora Marina Silva (Rede) em evento da UGT com cinco presidenciáveis em São Paulo

Apoiadora do senador Aécio Neves (PSDB-MG) no segundo turno da disputa presidencial de 2014, a ex-senadora e presidenciável Marina Silva (Rede) classificou o colega tucano como "fraude eleitoral" frente à denúncia de corrupção que o tornou réu no STF (Supremo Tribunal Federal) e disse que, "com certeza", não o apoiaria hoje.

"Hoje com certeza eu não o apoiaria. E acho que a maioria dos que votaram no Aécio e na Dilma [Rousseff, do PT] não votariam. Porque os dois praticaram a mesmíssima coisa", disse. "Infelizmente a eleição de 2014 foi uma fraude: descobrimos agora que tanto Dilma quanto Aécio usavam os mesmos expedientes. Tinha muita gente que achava que estava participando de um processo eleitoral legítimo, mas o que tínhamos era dinheiro de caixa dois, dinheiro de corrupção", completou. "Quem votou em Aécio e Dilma não votaria hoje neles", reforçou.

Para a pré-candidata, a Operação Lava Jato, pela qual o principal líder petista, Lula, está preso, "fez um grande serviço à população brasileira". "Não podemos então ter dois pesos e duas medidas", sugeriu.

Indagada se ela se sentia então enganada pelo senador mineiro, já que, em 2014, após um período de hesitação, declarara o apoio eleitoral, Marina classificou: "O sentimento de todos os brasileiros: foi uma fraude eleitoral. Corrupção. Todos os grandes partidos, PT, PSDB e MDB  usaram mesmos dinheiro de caixa dois, de corrupção, oriundo da Petrobras, dos fundos de pensão...", disse. "Acredito que a maioria aqui de vocês [jornalistas] votou em alguém [em 2014], e com certeza, como só tinha dois candidatos, não sabia o que estava acontecendo. Se soubessem, teriam feito uma matéria e saberíamos por antecedência."

"Exterminadora do futuro"

Na capital paulista, Marina participou de um seminário promovido pela UGT (União Geral dos Trabalhadores) pelo feriado de 1º de Maio com os presidenciáveis --em palestras separadas. Ela defendeu que PT e PSDB possam passar por um "período sabático", mas declarou que isso teria de ser feito pelo eleitor, por meio do voto, e uma campanha com "debate, e não embate". "Eu me oriento pelos meus valores, não pelo que os adversários fazem em relação a mim. Prefiro sofrer injustiça, que praticar injustiça: se a gente faz, em algum momento há de vir reparação -- eu fico em paz de não ter feito calúnia em relação a Aécio ou Dilma", declarou.

"Agora, em síntese, é preservar conquistas, corrigir erros e ver quais os desafios para o desenvolvimento sustentável. Costumo brincar que as 'fake news' não foram criadas pelo [presidente eleito pelos EUA] Donald Trump: quem as inventou foi o [marqueteiro de Dilma em 2010 e 2014] João Santana [preso, hoje, pela Operação Lava Jato], e depois isso foi para a campanha do Trump. Me pintaram como se fosse uma exterminadora do futuro, mas tenho uma proposta que vem desde 2010 e 2014 e surge como alternativa à polarização entre PT e PSDB, que deram suas colaborações ao país, mas se perderam em projetos de poder pelo poder", concluiu.

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