No STF, humoristas pedem liberdade de expressão e prometem "chumbo grosso"

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

Os humoristas Fábio Porchat, Bruno Mazzeo e Marcius Melhem se reuniram nesta quinta-feira (7) no STF (Supremo Tribunal Federal) com o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo sobre dispositivo da lei eleitoral que proibiu sátiras políticas a três meses das eleições.

Esse trecho da lei foi suspenso em 2010 por decisão liminar (provisória) do STF, mas o caso voltará à pauta de julgamentos do Supremo na próxima quarta-feira (13), para ser analisado em definitivo.

O dispositivo da lei em análise proíbe as emissoras de TV de "usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação, ou produzir ou veicular programa com esse efeito", diz o artigo que teve sua vigência suspensa pelo STF.

Esse ponto da lei foi interpretado como possível de levar à censura de programas humorísticos e de críticas aos candidatos.

"Acima de tudo, a grande batalha é a liberdade de expressão. E depois também ressaltar a função crítica do humor de participar do debate público. A eleição é o assunto mais importante do ano. É o assunto que a sociedade precisa receber informações e o humor também tem a função de levantar o debate público sobre aquelas pessoas e aquele momento político", afirmou Marcius Melhem após a reunião com Moraes.

Para o trio, o papel dos humoristas nessas eleições é o de levar informação e crítica à sociedade, sem poupar nenhum dos candidatos ou partidos.

"Chumbo grosso pra todo mundo", diz Fábio Porchat, em tom de brincadeira.

"O processo está acirrado, tem um monte de candidatos e obviamente a gente vai brincar com todos eles. Mas os motivos são eles que dão", afirma Melhem.

Bruno Mazzeo afirma que o humor tem o dever de "jogar luz" sobre o processo eleitoral. "A gente sabe que a gente não tem poder algum de mudar nada, mas a gente tem um dever que é justamente, denunciar, chamar atenção, alertar, botar uma lente de aumento. O humor tem uma comunicação muito direta com o público, talvez das artes seja a que comunica mais diretamente", diz o humorista.

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