Gleisi diz que Lula ficou feliz com negativa de Josué Gomes a Alckmin
Ana Carla Bermúdez
Do UOL, em São Paulo
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Wilton Júnior/Estadão Conteúdo
A senadora Gleisi Hoffmann (PT) disse nesta quinta-feira (26) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou feliz com a decisão do empresário Josué Gomes (PR) de não aceitar ser vice de Geraldo Alckmin (PSDB) para a disputa pela Presidência.
Após visitar o ex-presidente na sede da PF (Polícia Federal) em Curitiba, a presidente do partido afirmou a jornalistas no local que o petista é "muito amigo de Josué" e que respeita a posição tomada por ele. O empresário é filho de José Alencar, ex-vice-presidente de Lula.
"Ele [Lula], claro, respeita a posição do Josué, mas também ficou feliz com esse posicionamento do Josué de não aceitar ser vice desse campo", disse Gleisi.
Mais cedo nesta quinta, Josué comunicou oficialmente ao centrão --bloco formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade e que selou apoio à candidatura de Alckmin-- que não ocupará o cargo de vice na chapa.
A senadora, no entanto, descartou qualquer possibilidade de aliança entre o empresário e o PT. Antes de o centrão definir o apoio a Alckmin, Josué também foi sondado pelo PT para participar da chapa do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, que disputará a reeleição neste ano.
"O Josué está filiado a um partido que já definiu uma coligação. Então, não tem como ele, hoje, compor uma chapa conosco. O partido já se definiu para apoiar o Alckmin", disse.
Segundo Gleisi, Lula está "de acordo" com todas as negociações relativas a alianças que o partido está fazendo. O PT busca alianças com o PSB, PCdoB e outros partidos de esquerda.
"[Lula] acha importante uma frente de esquerda e já tinha orientado a gente nesse sentido", disse. A senadora ainda afirmou estar "otimista" com as negociações que o PT vem fazendo com outras siglas.
Gleisi reafirmou que a prioridade do PT é um projeto de alianças nacionais para a candidatura de Lula. "Se tivermos uma aliança com o PSB, vamos ter aliança com o PSB também em Pernambuco", afirmou, em referência a um entrave local entre o apoio à candidatura da vereadora Marília Arraes (PT) ao governo do estado ou à do atual governador, Paulo Câmara (PSB).
A senadora também descartou um "plano B" do PT para o período de campanha eleitoral e afirmou que, mesmo preso, Lula participará dos palanques.
"Lula vai estar em todos os palanques, na campanha, independentemente da situação dele", disse. "Vamos registrar [a candidatura de] Lula e mostrar para o Brasil que é possível ele ser candidato".
Lula está preso há mais de três meses em Curitiba, cumprindo pena por sua condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no chamado caso do tríplex, da Operação Lava Jato. A condenação pode deixá-lo inelegível de acordo com a Lei da Ficha Limpa. A legalidade da candidatura de Lula vai depender de uma análise da Justiça Eleitoral.
Mesmo preso e potencialmente inelegível, Lula lidera os cenários das pesquisas de intenção de voto em que seu nome é incluído. O PT garante que vai inscrevê-lo como candidato e refuta, ao menos publicamente, a ideia de um "plano B".
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