Dividido, PSB decide não se coligar nas eleições nacionais e veta Bolsonaro

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

  • Gustavo Maia/UOL

    5.ago.2018 - Antes de convenção do PSB, militantes do partido defendem aliança com o PDT, de Ciro

    5.ago.2018 - Antes de convenção do PSB, militantes do partido defendem aliança com o PDT, de Ciro

Sob protestos, o PSB decidiu em convenção nacional neste domingo (5) não se coligar a nenhum partido nas eleições presidenciais.

A resolução aprovada estabelece que os membros do partido podem apoiar "os candidatos progressistas" no primeiro turno, com veto "rigoroso" ao apoio ao candidato do PSL, o deputado federal Jair Bolsonaro.

O documento diz ainda que o partido vai concentrar os esforços na eleição de bancadas parlamentares e de governadores, "para fortalecer a perspectiva da construção de um projeto socialista democrático, moderno e criativo para o Brasil".

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A proposta derrotou a sugestão de apoio ao candidato do PDT, Ciro Gomes, à Presidência da República, e triunfou após um acordo com o PT, que decidiu se coligar ao PSB nas disputa pelos governos de quatro estados: Amazonas, Amapá, Paraíba e Pernambuco.

Também fazia parte do acordo com os petistas a retirada da candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda ao governo de Minas Gerais, em prol da reeleição do governador Fernando Pimentel (PT). O pessebista não aceitou a determinação, o que deflagrou uma briga jurídica e violenta na convenção estadual.

A escolha ocorreu em votação simbólica. A maioria dos participantes da reunião levantou seus crachás em apoio à "neutralidade" do PSB.

A posição vencedora era apoiada por algumas das principais lideranças da sigla, entre eles três dos quatro governadores da legenda: o de São Paulo, Márcio França, o de Pernambuco, Paulo Câmara, e o da Paraíba, Ricardo Coutinho.

Já o governador Rodrigo Rollemberg (DF) defendeu, sem sucesso, a aliança com Ciro Gomes.

"Não significa neutralidade"

Antes da votação, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que o congresso nacional eleitoral do partido tomaria uma "decisão muito importante" e contou que a preferência era pela candidatura própria do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, que desistiu.

Siqueira disse que sua posição pessoal seria, então, apoiar um candidato da esquerda - Ciro ou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) -, mas explicou que há 10 candidatos do PSB a governador e 10 ou 11 a senador da República.

"É uma grande nominata. Precisamos criar as facilidades necessárias para que esses candidatos sejam eleitos. Não precisamos criar dificuldades", declarou, acrescentando que subscreveu a proposta de não-coligação "visando unificar minimamente o partido".

Aplaudido e vaiado pelo plenário, ele disse que a posição "não significa neutralidade, porque neutralidade não existe nem nas pessoas e muito menos ainda num partido político".

Para Siqueira, seria "um absurdo" ficar neutro em um cenário em que o primeiro lugar nas pesquisas, o ex-presidente Lula, está preso, e que o segundo colocado, Bolsonaro, "significa um retrocesso absoluto para a democracia brasileira, para o nosso país e para o respeito aos diretos humanos".

Apoiadores da aliança com Ciro Gomes levaram cartazes em apoiadores e fizeram barulho em diversos momentos da reunião.

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