Haddad cola PSDB a Temer; Alckmin diz que PT lança chapa em porta de cadeia

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

Em debate entre os candidatos à Presidência da República nesta quinta-feira (20) promovido pela TV Aparecida, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que, ao invés de fazer uma autocrítica, o PT "lança candidatura na porta da penitenciária".

A afirmação veio em resposta a uma pergunta do candidato petista, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que buscou colar a imagem do governo Michel Temer (MDB) –que tem reprovação histórica pela população brasileira—ao partido tucano.

Leia mais sobre o debate:

Este é o primeiro debate com participação de Haddad como candidato do PT. O ex-prefeito foi confirmado como cabeça de chapa no dia 11 de setembro, após a Justiça Eleitoral barrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso desde abril na sede da Polícia Federal em Curitiba. Condenado em segunda instância, ele está inelegível pela Lei da Ficha Limpa.

Haddad perguntou a Alckmin qual era seu posicionamento sobre duas medidas implementadas pelo governo Temer: a reforma trabalhista, especificamente em relação à terceirização, e a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do teto de gastos.

Alckmin afirmou ser favorável à reforma trabalhista e disse que a medida "modernizou" o país, emendando uma crítica à gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). "Estamos frente a 13 milhões de desempregados, herança da Dilma e do PT, que quebraram o Brasil", disse.

O tucano ainda afirmou que o "petrolão" foi o "maior esquema de desvio de dinheiro público" e que a PEC do teto sequer seria necessária caso o PT não agisse com táticas de "vale tudo" para ganhar eleição.

"Em relação ao governo Temer, quem escolheu o Temer foi o PT. Ele era vice da Dilma. Aliás reincidente, que escolheu o Temer duas vezes", complementou.

Em sua réplica, Haddad afirmou que Temer era, sim, vice de Dilma, mas quem se uniu ao emedebista para "trair" a petista foi o PSDB.

"Se ela não tivesse os votos do PSDB [no impeachment], não seria afastada", disse, indicando a Alckmin a leitura de uma entrevista do ex-presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati –"em um gesto muito corajoso, ele assumiu que sabotou o governo desde a eleição", disse.

Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" no dia 13 de setembro, Jereissati disse que o "grande erro" dos tucanos foi ter entrado no governo Temer.

"O candidato Haddad desvirtua as palavras do Tasso, que diz que o partido deveria fazer uma autocrítica", respondeu Alckmin. "Mas o PT, ao invés de fazer autocrítica, lança candidatura na porta de penitenciária e tenta desmoralizar as instituições", complementou.

O tucano ainda disse que o PT pediu "dezenas" de impeachments contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e defendeu que o afastamento de Dilma aconteceu sob a "égide" (isto é, proteção) do STF (Supremo Tribunal Federal).

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