No último dia de TV, Haddad ataca Bolsonaro, que se diz perseguido

Eduardo Lucizano

Colaboração para o UOL, em São Paulo

A três dias do primeiro turno, o último dia de horário eleitoral obrigatório na TV dos candidatos à Presidência, nesta quinta-feira (4), foi marcado por ataques de Fernando Haddad (PT) a Jair Bolsonaro (PSL), que lidera as pesquisas. O capitão reformado do Exército, por sua vez, disse ser perseguido.

O aumento no tom das campanhas dos candidatos também marcou a despedida das campanhas de Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT).

Haddad mudou a estratégia de campanha e passou a atacar Bolsonaro desde quarta-feira (3). Antes disso, o petista mostrava propostas de governo, sem atacar os adversários.

A mudança estratégica do PT acontece em meio a uma estagnação de Haddad nas pesquisas eleitorais, ao mesmo tempo em que sua rejeição vem crescendo. Divulgada na noite da última quarta-feira, pesquisa Ibope aponta o petista com 23% das intenções de voto, contra 32% de Bolsonaro.

Na peça, um narrador afirma que Bolsonaro foi "o único deputado que votou contra o Fundo de Combate à Pobreza" e "votou contra os direitos dos trabalhadores na reforma trabalhista de [Michel] Temer". "Mas quando foi para aumentar o próprio salário, ele votou a favor", continua a narração.

"Não vote em quem sempre votou contra você. Bolsonaro não", diz um trecho da campanha de Haddad.

"Está chegando o dia da eleição, queremos um país de paz", disse. "Eles nos atacam com mentiras na TV e no WhatsApp", afirmou o petista. Haddad encerrou com o pedido de votos. "Nessa reta final, converse com amigos e família, lembre-se que urna não é lugar de ódio, é de esperança", disse.

Bolsonaro relembra ataque

Bolsonaro usou seu curto espaço no horário eleitoral (oito segundos) para lembrar do ataque sofrido pelo candidato há cerca de um mês, em Juiz de Fora (MG)."Tentaram até tirar a vida dele".

A campanha do militar fala também em "perseguição", "mentiras" e "calúnia". Segundo a campanha na TV, "o sistema quer se manter no poder, o sistema não quer Bolsonaro, mas o povo quer e quem decide é o povo".

Ciro diz que ganha de Bolsonaro

Em terceiro lugar nas pesquisas, a campanha de Ciro Gomes seguiu a estratégia de Alckmin e se coloca como uma opção para quem não quer votar no PT ou em Bolsonaro.
Ele deixou as propostas de lado para pedir votos e mostrou as pesquisas que apontam vantagem contra Bolsonaro em um eventual segundo turno.

Ciro pediu união e falou em país dividido entre Bolsonaro e PT. "Está na hora de unir o Brasil, eu sou ficha limpa, tenho a melhor proposta e converso com todos os lados", disse Ciro.
"Não vote contra ninguém, vote a favor do Brasil", completou.

Alckmin apela para o voto útil

Estagnado, Alckmin apostou no pedido por voto útil e disse ser o candidato do "diálogo", cricando o que chamou de radicalismo do PT e de Bolsonaro.

"Estão tentando dividir o povo" e "peço seu voto para que esperança possa vencer o ódio", afirmou Alckmin.

A estratégia de pedir por voto útil continuou e ele criticou notícias falsas (fake news) a favor de Bolsonaro.

Depois de aproveitar a campanha #elenão, contra Bolsonaro, das redes sociais e que ganhou as ruas em protestos no último sábado (29), o tucano mudou a campanha para #elesnão em referência também ao PT.

"Vamos virar este jogo, eles não, juntos vencemos os radicais", disse Alckmin.

Veja o último horário eleitoral antes do 1º turno

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