Análise: Bolsonaro vitaminou PSL, partido que defende interesses pessoais

Do UOL, em São Paulo

Além de levar um candidato à concorrência do segundo turno para presidente, o "ex-nanico" PSL aparece como partido fenômeno nestas eleições, pulando de um deputado na Câmara em 2014 para 52 parlamentares em 2018, tornando-se a segunda maior bancada. "A grande questão agora é saber a qualidade dessa bancada", diz Josias de Souza, colunista político do UOL.

Para ele, o responsável pelo reforço da sigla foi justamente Jair Bolsonaro, que levou consigo uma bancada conservadora e corporativista. "A questão é que esses representantes, em sua maioria majores e egressos das polícias militares, dos bombeiros, defendem suas corporações e são contrários às reformas que Paulo Guedes deseja fazer", analisa ele, referindo-se ao economista, que é conselheiro de Bolsonaro e cotado como ministro da Fazenda para seu governo.

O colunista ainda ressalta que, embora o desempenho do candidato tenha sido extraordinário, vitaminando o partido, para aprovar qualquer emenda ele precisaria de, no mínimo, 308 votos na Câmara. "Para isso, ele vai precisar negociar, algo que ele nunca fez."

Leonardo Sakamoto, blogueiro do UOL, compartilha da ideia de que mais desafios estão por vir, se o candidato do PSL for eleito. "A ideia de partido, que é um grupo de pessoas que se juntam para defender uma tese, esvai-se. A maioria da sigla representa interesses pessoais e não de um partido. Como faremos debates importantes, como o da reforma da previdência, se o partido é incapaz de tomar decisões unificadas?", questiona ele.

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