Líder da KKK elogia Bolsonaro, e candidatos trocam farpas no Twitter

Do UOL, em São Paulo

  • John Bazemore/Associated Press

    Membros da Ku Klux Klan fazem ato nos EUA

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Depois de um ex-líder da KKK (Ku Klux Klan) ter feito elogios ao presidenciável Jair Bolsonaro, o candidato do PSL e seu oponente, Fernando Haddad (PT), trocaram farpas através do Twitter.

Um dos nomes mais conhecidos do grupo, David Duke comentou a situação da política brasileira em um programa de rádio, conforme noticiou a BBC. "Ele [Bolsonaro] soa como nós. E também é um candidato muito forte. É um nacionalista", disse.

Duke disse, ainda, que Bolsonaro é branco como um europeu e que ele "está falando sobre o desastre demográfico que existe no Brasil e a enorme criminalidade que existe ali, como por exemplo nos bairros negros do Rio de Janeiro".

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Após a divulgação do que disse Duke, Haddad escreveu: "Meu adversário também está compondo com aliados e somando forças. Hoje ele recebeu o apoio da Ku Klux Klan".

Bolsonaro respondeu: "Recuso qualquer tipo de apoio vindo de grupos supremacistas. Sugiro que, por coerência, apoiem o candidato da esquerda, que adora segregar a sociedade. Explorar isso para influenciar uma eleição no Brasil é uma grande burrice! É desconhecer o povo brasileiro, que é miscigenado."

Depois, Bolsonaro afirmou que "a corrupção nos governos Lula/Dilma não era caso isolado, era regra para governar. Por isso estão presos presidente, tesoureiros, ministros marketeiros, etc, além de tantos outros investigados."

Haddad respondeu: "Tuitar e fazer live é fácil, deputado. Vamos debater frente a frente, com educação, em uma enfermaria se precisar. O povo quer ver você aparecer na entrevista de emprego".

Bolsonaro voltou a responder: "Senhor Andrade, quem conversa com poste é bêbado. Existe um que está preso por corrupção e você vai toda semana na cadeia visitá-lo intimamente além de receber ordens! Cuidado que pelo desenrolar das notícias reveladas você pode ser o próximo!"

Os KKK, como se tornaram conhecidos, começaram a atuar em 1865 nos Estados Unidos. Frequentemente usavam capuzes brancos para proteger sua identidade e fazer com que parecessem ainda mais assustadores para suas vítimas. O grupo, que defende a supremacia branca sobre os negros e judeus, foi responsável por muitas das torturas e linchamentos que ocorreram com os negros no país.

Um dos organizadores dos protestos em defesa da supremacia branca em Charlottesville, no ano passado, e cabo eleitoral de Donald Trump entre membros da extrema-direita americana (o presidente diz que não o conhece pessoalmente e que rejeita o apoio), Duke apontou Bolsonaro como parte de um fenômeno nacionalista global.

No entanto, fez ressalvas sobre sua proximidade com judeus, a quem, em uma clara manifestação de antissemitismo, acusou de promoverem uma "lavagem cerebral no mundo", informou a BBC.

"Ele vai fazer coisas a favor de Israel, e acredito que ele esteja tentando adotar a mesma estratégia que Trump: acho que Trump sabe que o poder judaico está levando a América ao desastre, levando a Europa e o mundo ao desastre. Então, o que ele está tentando fazer é ser positivo em relação aos judeus nacionalistas em Israel como uma maneira de obter apoio", disse o americano.

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