PT-SP veta voto para Doria, evita apoio a França e anuncia oposição em 2019

Do UOL, em São Paulo*

  • Eduardo Anizelli/Folhapress

    PT opta pela neutralidade na disputa pelo governo de São Paulo

    PT opta pela neutralidade na disputa pelo governo de São Paulo

A executiva estadual do PT em São Paulo divulgou nota nesta quarta-feira em que anuncia a posição de neutralidade no segundo turno da eleição ao governo estadual, mas deliberou o voto contra João Doria (PSDB). Ao mesmo tempo, a sigla divulgou que será oposição ao vitorioso em 28 de outubro, seja ele Doria ou Márcio França (PSB), atual governador e candidato à reeleição.

"A executiva estadual do PT-SP consensualmente delibera pelo voto contra João Doria e orienta que nossa militância, em conjunto com as direções municipais e zonais, bem como ao lado dos mandatos petistas, atue no sentido de denunciar o que essa candidatura representa: ataque à classe trabalhadora, descaso com a população mais pobre do estado de São Paulo e a desqualificação da política. A prioridade do PT-SP deve ser a a eleição de Fernando Haddad presidente", afirmou.

A sigla repete assim a postura do PSB estadual, que foi liberado pela Executiva Nacional a manter neutralidade na disputa entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). França declarou neutralidade, mas vem usando os apoios de Paulo Skaf (MDB), derrotado na disputa pelo governo, e de Major Olímpio (PSL), presidente estadual do partido e coordenador da campanha de Bolsonaro no estado, para atrair os votos de eleitores do capitão reformado do Exército.

Na nota, o PT-SP não anunciou o apoio formal a França e já se colocou como oposição ao vitorioso do segundo turno. "Independente do resultado das eleições no estado estaremos no dia 1º de janeiro de 2019 na oposição a qualquer um dos projetos que venha a vencer neste segundo turno. Doria, Bolsonaro, Temer e seus aliados são nossos principais inimigos porque representam o que há de mais nefasto na política nacional", disse.

A decisão foi precedida de uma conversa entre o governador e o presidente estadual do PT de São Paulo, Luiz Marinho, candidato derrotado ao governo paulista.

Embora o PSB de França tenha declarado apoio formal à candidatura de Fernando Haddad à Presidência, o PT vai se manter distante da campanha de França para evitar que o antipetismo seja explorado por Doria. O diretório paulista do PSB também ficou neutro na disputa presidencial.

O candidato do PSDB, que já declarou preferência por Jair Bolsonaro (PSL), tem tentado vincular o governador com o campo da esquerda e chegou a chamá-lo de "Márcio Cuba", em referência ao país comunista do Caribe.

Lideranças do PT chegaram a defender que o partido declarasse apoio ao governador de forma unilateral mas a maioria da direção preferiu não atrapalhar a campanha de França.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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