Bolsonaro reúne cúpula em casa de aliado para definir equipe da transição

Hanrrikson de Andrade e Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

  • Hanrrikson de Andrade/UOL

    Carro deixa o condomínio com o presidente eleito Bolsonaro na manhã desta terça-feira

    Carro deixa o condomínio com o presidente eleito Bolsonaro na manhã desta terça-feira

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), se reúne na manhã desta terça-feira (30) na casa do empresário Paulo Marinho, na zona sul do Rio, para definir a composição da equipe que fará a transição junto com o governo Michel Temer (MDB).

Bolsonaro saiu de casa às 10h14 e chegou ao destino exatos 30 minutos depois. Ele deixou o condomínio onde mora, na Barra da Tijuca, na zona oeste carioca, sob escolta de batedores da Tropa de Choque da Policia Militar.

Um veículo com agentes da elite da Polícia Federal também acompanhou o comboio, formado, no total, por 4 carros.

Esta é a primeira vez que Bolsonaro sai de casa depois de ter sido eleito presidente da República, no domingo (29). Na segunda-feira (30), ele passou o dia em seu apartamento, onde recebeu visitas de aliados e, à noite, deu entrevistas para emissoras de TV.

O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente e de quem Marinho é suplente, foi o primeiro a chegar ao local da reunião, no bairro do Jardim Botânico, onde Bolsonaro gravou materiais do horário eleitoral durante o segundo turno.

Pouco depois, chegou Gustavo Bebianno, que chefiou a campanha e, durante o pleito, presidiu o partido --ele se afastou do cargo ontem (29)--, chegou à mansão de Marinho.

Outros nomes participam da reunião, como o economista Paulo Guedes (futuro ministro da Fazenda) e o Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que chefiará a Casa Civil.

Bebianno afirmou à imprensa que o encontro serviria para "traçar o desenho do [futuro] governo".

Disse ainda que não trataria de temas como a reforma da Previdência, porque "primeiro há que se montar a equipe e depois discutir a tática de jogo".

O advogado afirmou que novos integrantes do governo já deverão ser "apontados" hoje, mas que isso é uma prerrogativa de Bolsonaro.

Além da equipe de transição, a cúpula do governo Bolsonaro também deve discutir indicações para os ministérios --durante a campanha, o presidente eleito falava em trabalhar com até 15 pastas.

Ontem (29), Bolsonaro afirmou, por exemplo, que poderá convidar o juiz Sergio Moro, que comanda a Lava Jato em Curitiba, para o Ministério da Justiça.

Oficialmente, no entanto, o discurso da articulação de Bolsonaro é que a lista dos novos ministros ainda não será divulga. Onyx declarou nesta terça-feira que a relação seria confirmada apenas em dezembro.

Ao chegar na mansão de Marinho, Lorenzoni disse que iria começar hoje a transição e que Bolsonaro vai dar "as principais orientações" para trabalhar.

"Eu vou para Brasília amanhã [quarta]. Já tenho aqui uma série de informações para ele [Bolsonaro]. Ele então hoje vai nos orientar de como é que inicia o contato com o atual governo. Nós já vamos levar amanhã alguns nomes para que sejam constituídos, porque há um prazo para que sejam publicados, para que segunda-feira, dia 5, a gente comece a transição de fato", anunciou.

Articulador político de Bolsonaro, Onyx havia falado em escolher até 20 nomes para a equipe de transição.

Porém, militares ligados ao general Augusto Heleno (PRP), anunciado como futuro ministro da Defesa no futuro governo, querem indicar um número maior. O capitão reformado do Exército pode designar até 50 pessoas.

Passado o processo de seleção do time de transição, segundo afirmou Onyx, o trabalho de transição deve começar na segunda-feira que vem (5 de novembro).

A coordenação ficará baseada no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília. Há previsão de que Bolsonaro viaje à capital federal na próxima semana.

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