Alckmin elogia carta de FHC, mas diz que não seguirá sugestão
Marcelo Osakabe e Kléber Nunes
Em São Paulo e Recife
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Pedro Ladeira/Folhapress
4.ago.2018 - FHC participa da convenção do PSDB que oficializou a candidatura de Alckmin à Presidência da República
O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, elogiou nesta sexta-feira, 21, a carta publicada na véspera pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas disse que, no momento, não vai procurar os demais candidatos classificados como de centro.
O tucano, que cumpre agenda de campanha em Recife, disse que não vai fazer o movimento, sugerido por FHC, em respeito às demais candidaturas. "Não vou procurar candidatos. A ideia é uma reflexão junto ao eleitorado", disse. O ex-governador nega que a carta tenha sido direcionada a ele. "Concordo plenamente (com a carta) porque ela não é pessoal, é uma reflexão sobre o momento político", declarou Alckmin.
Após a publicação, o ex-presidente escreveu em seu perfil no Twitter que "quem veste o figurino" é Alckmin.
"O importante é que não podemos ir para os extremismos, os radicalismos. Nesses próximos 15 dias, teremos uma definição. A situação do Brasil é grave, o País tem pressa e não pode errar, porque quem paga a conta é o povo", disse o ex-governador de São Paulo.
Dos representantes do extremismo citado por Fernando Henrique, Alckmin reforçou as críticas ao deputado Jair Bolsonaro (PSL), que lidera as pesquisas de intenção de votos e tem ocupado o papel de anti-PT que foi do PSDB. O tucano aproveitou o desentendimento entre o economista da campanha de Bolsonaro, Paulo Guedes, e o candidato sobre a criação de um novo imposto aos moldes da extinta CPMF e a unificação das alíquotas do Imposto de Renda para pessoa física, para atacar o adversário.
"A pessoa dizer 'olha, terceirizei o governo para o Paulo Guedes', dá nisso. Veja que absurdo, no momento que você tem carga tributária altíssima, você propor mais impostos. O rico vai levar o dinheiro para fora como aconteceu na Argentina e o imposto de renda com a alíquota única quem vai pagar é a classe média, está errado", criticou.
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