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Grampo da PF indica que apartamento de Demóstenes foi usado pela 'máfia do jogo', diz jornal

Do UOL, em São Paulo

04/04/2012 10h46

Novos grampos da Polícia Federal indicam que os envolvidos no esquema de jogos do empresário Carlos Augusto Ramos, mais conhecido como Carlinhos Cachoeira, se reuniram no apartamento funcional do senador Demóstenes Torres, em Brasília. As informações são do jornal "O Estado de S.Paulo".

Nas gravações, feitas pela Operação Monte Carlos, que investiga a exploração de jogos ilegais, o sargento Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, apontado como um dos operadores de Cachoeira, relata uma reunião de integrantes do esquema no prédio localizado no Bloco C, na Asa Sul, conhecido como "bloco dos senadores".

Os Blocos C e G, onde mora Demóstenes, são conjugados e possuem estacionamento comum.

De acordo com a transcrição dos diálogos, em uma ligação do dia 21 de dezembro de 2010, Dadá diz a Lenine Araújo de Souza, administrador contábil do grupo segundo a PF, que está no local, na Quadra 309.

Além dos dois, estiveram na reunião o próprio Cachoeira, Cláudio Dias de Abreu, citado no inquérito da operação como sócio do empresário, e Wladimir Henrique, que seria seu braço direito para obter facilidades na polícia de Goiás.

Segundo o jornal, Demóstenes estava em Brasília no dia da reunião e discursou no Senado. O advogado do senador não comentou o conteúdo das gravações.

Durante as últimas duas semanas, quando foram levantadas as acusações de envolvimento do senador no esquema de jogos, Demóstenes admitiu sua "amizade" com Cachoeira, mas negou seu envolvimento em negócios turvos, apesar da direção do DEM ter considerado que ele violou o "compromisso ético" do partido e estava disposta a discutir sua expulsão.

Nesta terça-feira (3), Demóstenes deixou ao DEM, pouco depois do partido decidir abrir processo de expulsão contra ele por envolvimento com Cachoeria, preso pela PF em fevereiro.

Após sua renúncia ao DEM, ele manterá sua cadeira de senador, agora como independente, mas pode ser objeto de um processo com fins de cassação que já foi solicitado pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).

O pedido foi formulado perante o Conselho de Ética do Senado, que decidirá sobre o assunto depois do dia 10, quando sua equipe será renovada. 

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