Topo

Grampos da PF indicam que governador do DF tentou negociar com Cachoeira, diz jornal

O governador do DF, Agnelo Queiroz, nega envolvimento com Carlinhos Cachoeira - Sérgio Lima - 16.nov.11/Folhapress
O governador do DF, Agnelo Queiroz, nega envolvimento com Carlinhos Cachoeira Imagem: Sérgio Lima - 16.nov.11/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

11/04/2012 17h11Atualizada em 11/04/2012 18h50

Grampos telefônicos da operação Monte Carlo, da Polícia Federal, indicaram que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), teria tentado negociar com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso na operação desde 29 de fevereiro deste ano. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (11) pelo jornal “O Estado de S.Paulo”.

Segundo reportagem publicada nesta tarde, o inquérito da operação indica que Agnelo teria tentado uma reunião com o contraventor, apontado como o chefe da máfia dos caça-níqueis em Goiás e no DF, tendo, como pano de fundo, pagamentos do governo do DF a empresas do esquema comandado pelo bicheiro.

Conforme o jornal, a PF gravou um telefonema feito em 16 de junho de 2011 no qual o sargento Idalberto Matias, o Dadá, aliado do contraventor, avisa a ele ter sido procurado por João Carlos Feitosa Zunga, ex-subsecretário de Esportes e funcionário do governo do DF, informando que o "01" queria falar com ele.

A PF aponta que "01" era a forma como os aliados de Cachoeira se referiam a Agnelo. "O Zunga me ligou aqui, está querendo falar com você, porque o chefe dele lá, o 01, está querendo...quer falar com você", afirma Dadá. "Vou falar com ele", responde Cachoeira. Segundo o “Estado”, já nas transcrições do relatório da PF o "01" é identificado como "governador".

Agnelo afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vê a possibilidade de ser o "01" citado pela PF. O petista disse não ter se encontrado com Cachoeira ou mantido contato telefônico com ele. 

O esquema montado pelo empresário teria ligação ainda com deputados federais e com o senador Demóstenes Torres (sem partido). O governador do Estado, Marconi Perillo, também foi citado durante as investigações.