Justiça barrou posse de mais de 20 prefeitos; um foi preso na véspera

Ao menos 22 prefeitos eleitos no país, em outubro passado, foram proibidos de assumir o cargo e não tomaram posse na última quarta (1º) (veja a lista abaixo).

O que aconteceu

A Justiça Eleitoral barrou a posse dos prefeitos por motivos diversos. Segundo apurou o UOL com base nos processos, a maioria foi declarada inelegível por irregularidades em eleições anteriores ou condenações criminais em segunda instância. Em outros casos, a Justiça considerou que os eleitos já tinham acumulado dois mandatos, ou seja, não poderiam assumir um terceiro.

Maioria dos barrados ainda tenta reverter a decisão. Os eleitos foram impedidos por ordem do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e agora recorrem no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que deve julgar os casos a partir de fevereiro. Se a decisão for mantida, novas eleições serão marcadas, o que não tem prazo para ocorrer.

Presidentes das câmaras municipais assumem o cargo de forma interina. Os vereadores foram eleitos para a chefia das casas na última quarta (1º) e, logo em seguida, tomaram posse como prefeitos em exercício até que haja decisão definitiva da Justiça Eleitoral. Não há previsão para que candidatos derrotados em outubro herdem a vitória.

Outros três eleitos em outubro não vão assumir porque morreram antes da posse. Os casos foram nas cidades de Arroio dos Ratos (RS), Augusto Pestana (RS) e Cabreúva (SP). Nesse caso, o vice assume o cargo.

Lista tem um foragido e um preso horas antes da posse

Um dos impedidos foi preso na véspera. José Braga Barrozo, o Braguinha (PSB), prefeito reeleito de Santa Quitéria (CE), é suspeito de fazer um acordo com a facção Comando Vermelho para coagir eleitores. Ele foi detido no início da tarde de quarta (1º), horas antes do início da posse, e afastado do cargo pela Justiça Eleitoral do Ceará.

Filho do prefeito vai assumir o cargo. O verador Joel Madeira Barroso (PSB), filho de Braguinha, foi eleito presidente da Câmara Municipal de Santa Quitéria. Como esse cargo é o primeiro na linha sucessória, ele assumirá as funções do pai até que a Justiça Eleitoral tome uma decisão definitiva.

Outro prefeito barrado está foragido. Bebeto Queiroz (PSC), que foi eleito em Choró (CE), foi alvo de uma operação policial, em novembro, que apura fraudes no abastecimento de veículos da prefeitura. O então prefeito, Marcondes Jucá (PT), foi preso, mas Queiroz, que era o vice, não foi encontrado e está foragido desde então.

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Veja quem são os prefeitos barrados

  • Bandeirantes (MS): Álvaro Urt (PSDB)
  • Bocaina (SP): Moacir Zete (Republicanos)
  • Bonito de Minas (MG): Dilson de Senhorinha (União)
  • Choró (CE): Bebeto Queiroz (PSB)
  • Eldorado (SP): Elói Fouquet (PSDB)
  • Goiana (PE): Eduardo Honório (União)
  • Guapé (MG): Thiago Câmara (PSDB)
  • Guará (SP): Vinicius Engenheiro (PSD)
  • Itaguaí (RJ): Dr. Rubão (Podemos)
  • Mercês (MG): Donizete Calixto (Mobiliza)
  • Mongaguá (SP): Paulo Wiazowski Filho PP
  • Natividade (RJ): Taninho União
  • Neves Paulista (SP): Reginaldo Guinu PL
  • Panorama (SP): Edson Assis Maldonado (PP)
  • Paranhos (MS): Heliomar Klabunde (MDB)
  • Presidente Kennedy (ES): Dorlei Fontão (PSB)
  • Reginópolis (SP): Ronaldo Corrêa (Podemos)
  • Ruy Barbosa (BA): Bonifácio (MDB)
  • Santa Quitéria (CE): José Braga Barrozo (PSB)
  • São José da Varginha (MG): Netinho (PP)
  • São Tomé (PR): Leo da Bota: (MDB)
  • Tuiuti SP: Amarildo Lima (PSB)

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