CPI do Cachoeira

No Conselho de Ética, defesa pede que senadores se coloquem no lugar de Demóstenes

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

Ao apresentar a defesa de Demóstenes Torres (sem partido-GO) no Conselho de Ética do Senado, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, pediu que os senadores se colocassem no lugar do senador, dizendo que eles também poderiam ser vítimas dessa "mesma arbitrariedade", referindo-se ao uso de escutas, que, segundo ele, são ilegais porque, como Demóstenes tem foro privilegiado, deveriam ter sido autorizadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Na noite desta segunda-feira (25), o conselho vota o relatório do senador Humberto Costa (PT-PE) sobre o processo contra Demóstenes pelo envolvimento dele com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Kakay disse que essa "mesma arbitrariedade" poderia bater à porta de qualquer outro senador ou da família dele. Ele apelou para a "consciência" dos senadores, dizendo que o voto não é político e tem que seguir a Constituição, o regulamento, a resolução".

“Houve burla à Constituição Federal, o Ministério Público, a Polícia Federal e o juiz sabiam que estavam investigando o senador em clara afronta continuaram a investigar (...) Encontro fortuito de um ano? De três anos? Ate a semântica é contra. Isso daria uma união estável, não um encontro fortuito”, ponderou o advogado com relação à argumentação da polícia sobre a manutenção da gravações em cima do senador, que por ter foro privilegiado, precisaria da autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para ter seu sigilo quebrado pra uma investigação.

Entenda as suspeitas envolvendo Demóstenes Torres

Ele pediu aos aos senadores que, em sua avaliação, desconsiderassem as informações obtidas pelas interceptações telefônicas da polícia que, segundo ele, foram vazadas de forma “sistemática e criminosa” para a imprensa. Kakay pediu ainda que o caso seja avaliado pelos 80 senadores em plenário onde espera um julgamento “isento, tranquilo e maduro”.

“Senador Demóstenes rigorosamente não mentiu, omitiu e não cometeu nada que pudesse comprometer seu mandato. Pode ter decepcionado vossa excelência. Não há questão objetiva que pode imputar quebra de decoro”, completou o advogado.

Votação aberta

A reunião precisará de um quórum de nove senadores para iniciar a votação do parecer de Costa, que será feita de forma aberta e nominal. A expectativa é que a punição indicada pelo petista seja a da cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar.

Caso os integrantes do conselho aprovem a recomendação de Costa que deve ser pela cassação, o relatório deverá passar por uma análise de constitucionalidade na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e, depois seguirá para a apreciação por todos os senadores em plenário, onde a votação é secreta.

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