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"Corda sempre arrebenta do lado mais fraco", diz parente de acusado na morte de PC Farias

Aliny Gama e Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

06/05/2013 13h23

Familiares dos quatro réus que serão julgados a partir desta segunda-feira (6) chegaram cedo ao Fórum do Barro Duro, em Maceió. A partir desta tarde, os quatro ex-seguranças do empresário Paulo César Farias sentam no banco dos réus, acusados pelo MPE (Ministério Público Estadual) de duplo homicídio, ocorrido em 23 de junho de 1996, na casa de praia em Guaxuma, litoral norte de Maceió.

Serão julgados os policiais militares Adeildo Costa dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva, que vão a julgamento na 8ª Vara Criminal de Maceió.

Com medo de represálias, os familiares procurados pela reportagem do UOL mostraram ressalvas em falar sobre a expectativa do julgamento. A maioria não quis dar entrevistas nem dar o nome. Muitos usam camisas com imagens de Jesus e frases religiosas.

“Vamos entregar a Deus, porque que só ele pode nos dizer o que vai acontecer”, disse uma prima do réu José Geraldo, que não quis informar o nome. “A gente está aqui porque acredita na inocência dele. E a gente sabe que a corda sempre estoura do lado mais fraco”, disse outra familiar, que também preferiu não se identificar.

Outros parentes dos policiais militares acusados preferiram não dar entrevistas. “A gente prefere não falar nada”, avisou outro grupo que estava na entrada do auditório do 1º do Tribunal do Júri.

Quatro a cinco dias de júri

Em entrevista aos jornalistas antes do início do julgamento, o juiz Maurícia Breda disse que o júri popular deve durar entre quatro e cinco dias. “Serão cerca de 20 testemunhas que vão prestar depoimentos, e espero estar lendo a sentença na quinta ou sexta-feira. Mas não dá para ter certeza agora, vai depender do tempo de cada depoimento.”

O magistrado também é presidente do Conselho Estadual de Segurança Pública e foi convocado para presidir o júri após o juiz titular da Varam John Silas, se averbar suspeito para o caso. Inicialmente, MPE e advogados de defesa arrolaram 27 testemunhas, mas algumas delas não compareceram por motivos de doença.

Primeiramente devem depor as testemunhas de acusação arroladas pelo MPE. Em seguida, falam os peritos do segundo laudo, que apontam para duplo homicídio. Depois, vão falar as testemunhas convocadas pela defesa. No fim, seguem os debates entre promotor e advogados.

Entre as testemunhas de defesa estão a filha de PC Farias, Ingrid Farias, e o irmão e ex-deputado federal Augusto Farias.