Para promotor, polícia mostrou "grande ingenuidade" na apuração da morte de PC Farias
O promotor Marcus Mousinho afirmou, na chegada ao Fórum do Barro Duro, na tarde desta segunda-feira (6), que encontrou dificuldades para sustentar a tese de acusação de duplo assassinato dos quatro policiais militares que começaram a ser julgados nesta segunda-feira (6) pelas mortes de Paulo César Farias e Suzana Marcolino, ocorridas em junho 1996, numa casa de praia em Guaxuma, litoral norte de Maceió. Para ele, houve "grande ingeniudade" da polícia durante a investigação.
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“Focou-se muito na época na discussão de que seria homicídio e suicídio ou duplo homicídio, e deixou-se de se lado a busca de quem seria o autor”, disse o promotor, que fará a acusação sozinho, sem assistência, no plenário do júri.
Mousinho também criticou a postura da Polícia Civil alagoana na investigação do caso. “Não posso ser leviano e dizer que houve má-fé na investigação. Mas, sem dúvida, no mínimo houve uma grande ingenuidade por parte da polícia alagoana em não preservar o local do crime”, disse.
O promotor voltou a afirmar que vai defender a tese de duplo homicídio por omissão e, apesar da dificuldade, acredita na condenação dos quatro policiais.
“Se eles alegam que houve um homicídio e um suicídio dentro da casa, mas a perícia diz que isso não ocorreu, supõe-se, obviamente, que eles estão mentindo”, disse. Ele afirmou ainda não ser impossível uma reviravolta no caso. “É muito pouco provável, mas nada é impossível.”
Para o advogado de defesa José Fragoso, os militares estão tranquilos e confiantes na absolvição. “O caso grita que a Suzana foi autora das mortes. Eles não tiveram qualquer participação e vamos deixar isso bem claro para os jurados”, disse.
Estão sendo julgados pelo júri da 8ª Vara Criminal da Capital os policiais Adeildo Costa dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva. Cinco mulheres e dois homens compõem o conselho de jurados.
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