Na Argentina, Lula diz que quando critica a imprensa, não critica jornalistas
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou tom mais ameno ao criticar a imprensa em seu segundo dia de visita à Argentina, nesta sexta-feira (17). Depois de afirmar ontem no país que suas críticas aos meios de comunicação são interpretadas como ataques e que “quando nos atacam, falam em democracia”, ele afirmou ainda que “quando critico a imprensa, não estou criticando os jornalistas”.
"Ontem falei da imprensa, mas saibam que quando critico a imprensa não estou criticando os jornalistas", afirmou. "Quando nós os criticamos [meios de comunicação], eles dizem que estão sendo atacados. Quando nos atacam, falam em democracia", afirmou.
“Gostaria de ser economista. E nada contra os economistas. Mas quando um economista é da oposição, tem solução pra tudo. É uma radicalidade fantástica, porque, ou tem solução para tudo, ou não tem pra nada."
Além de repassar as realizações do seu governo e da administração de Dilma, Lula aproveitou para rebater críticas à condução econômica do país em ambos os mandatos, como a inadimplência, provocada pelo fomento ao consumo por meio do aumento da oferta de crédito.
“Não tem pobre que está quebrado porque deve no cartão de crédito. Pobre não tem cartão de crédito."
Assim como ontem, Lula aproveitou para reiterar seu apoio ao governo de Cristina Kirchner. Ele chamou ex-presidente argentino, Néstor, de amigo e aliado, e também lembrou que, junto com Chávez, os três impulsionaram um novo processo de integração da América Latina.
“Se hoje temos uma América Latina mais unida foi graças à teimosia e à perseverança de homens como Kirchner”, elogiou, arrancando aplausos da plateia de acadêmicos e políticos presentes, entre eles o vice-presidente argentino, Amado Boudou.
Nesta quinta-feira (16), ao lado de Cristina, Lula participou da inauguração da Umnet (Universidade Metropolitana para a Educação e o Trabalho), a primeira dessa região do continente a ser administrada por um sindicato (dos zeladores e porteiros).
Lula deu à Cristina o livro recém lançado “Dez anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma”, organizado por Emir Sader, e criticou a imprensa brasileira, se solidarizando com presidenta, também alvo de ataques no país: "Não deixe que seus adversários escrevam a História do que vocês fizeram pela Argentina nos últimos dez anos".
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