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Entidades dizem que importação de médicos é medida 'populista' e cobram investimentos no SUS

Do UOL, em São Paulo

22/06/2013 16h57

Organizações médicas, em nota divulgada neste sábado (22), criticaram a importação de médicos estrangeiros para atuar no Brasil, conforme anunciado ontem (21), em cadeia nacional, pela presidente Dilma Rousseff. O texto, assinado pelo Conselho Federal de Medicina, Associação Médica Brasileira, Associação Nacional dos Médicos Residentes e Federação Nacional dos Médicos, diz que a medida “tem valor inócuo, paliativo,  populista e esconde os reais problemas que afetam o SUS (Sistema Único de Saúde).”

Entre diversas medidas, Dilma anunciou, no pronunciamento de ontem, que o governo trará, de imediato, milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde). Os profissionais atuariam em áreas carentes de médicos, situadas, em geral, nas regiões interioranas do país.

Assista à íntegra do discurso da presidente Dilma

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Mesmo sem a presidente ter informado a procedência dos novos médicos, as entidades do setor colocam sob suspeita a formação dos profissionais estrangeiros e exploram o fato de Dilma ter se tratado de um câncer com médicos brasileiros de qualidade. “O povo quer acesso ao mesmo e não quer ser tratado como cidadão de segunda categoria, tratado por médicos com formação duvidosa e em instalações precárias.”

Segundo as entidades, a população não pode estar sujeita “à ação de pessoas cujos conhecimentos e competências não foram devidamente comprovados”, diz o texto, referindo-se aos médicos estrangeiros. De acordo com as organizações, os profissionais do exterior podem ter “diplomas validados com regras duvidosas.”

O manifesto afirma ainda que os protestos pelo país exigem um “SUS público, integral, gratuito, de qualidade e acessível a todos”. As entidades questionam o destino de R$ 17 bilhões do orçamento da União para saúde em 2012, que, segundo elas, não foram aplicados como deveriam.

Por fim, as entidades dizem que em países com economias mais frágeis, como a  Argentina, investem mais em saúde do o que o Brasil, e ameaçam, caso de fato os médicos sejam importados, tomar medidas jurídicas para “assegurar o Estado Democrático de Direito no país, com base na dignidade humana".

Promessas de Dilma

Além da vinda dos médicos, a presidente anunciou ontem que irá reunir governadores e prefeitos de grandes cidades para elaborar um Plano Nacional de Mobilidade Urbana e para encontrar formas de melhorar os serviços públicos. Dilma disse que 100% dos recursos do pré-sal serão usados em educação e que adotará medidas para combater a corrupção.

A presidente afirmou que não irá tolerar atos de vandalismo nos protestos e prometeu, ainda, dialogar com os líderes das manifestações.