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Após encontro com Dilma, ministro diz que presidente está tranquila

Débora Melo

Do UOL, em Brasília

29/06/2013 14h54

Após uma reunião com a presidente Dilma Rousseff (PT) neste sábado (29), Paulo Bernardo, ministro das Comunicações, disse que Dilma está tranquila, apesar do resultado da pesquisa Datafolha, que apontou uma queda de 27 pontos na popularidade da presidente após os protestos que tomaram as ruas do Brasil.

“A presidente está muito tranquila, calma. Reconhece que tem uma mudança e acha que o remédio para isso é nós trabalharmos bastante. E já estamos trabalhando”, disse Bernardo, ao deixar o Palácio da Alvorada, residência oficial da chefe do Executivo, em Brasília. Também participaram da reunião os ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Helena Chagas (Comunicação Social).

Bernardo avalia que os recentes protestos devem ter afetado todos os governos, não apenas a Presidência. “Todo mundo sabe que as manifestações não foram feitas contra o governo. Houve toda uma pauta de reivindicações.”

No encontro com a presidente, os ministros também discutiram a conjuntura política e econômica e a agenda da próxima semana. "O governo colocou uma agenda para o país, e essa agenda vai ser desdobrada durante a semana. A parte econômica, a questão do transporte público e o plebiscito. Está sendo organizada uma agenda para a presidente conversar com mais atores políticos durante a semana", afirmou.

Questionado sobre o prazo da reforma e se o governo irá defender que as mudanças passem a valer já nas eleições de 2014, Bernardo disse que a questão é "urgente". "O prazo vai ser resultado das articulações de todas as partes envolvidas. O governo acha que, dado o tamanho das manifestações, é urgente fazer uma reforma política."

Oposição

O senador José Agripino (DEM-RN) disse, por meio de nota, que é hora de a presidente reconhecer os erros e mudar.

"Este é um claro sinal de advertência aos equívocos do PT na forma de governar. É hora de reconhecer os erros e mudar. Acabou o tempo de o governo ser exercido em nome de uma reeleição. A crise impõe que tanto governo quanto oposição não pensem em si próprios, mas sim no futuro do país", disse.

Resultados do Datafolha

Pesquisa Datafolha finalizada na sexta-feira (28) mostra que a popularidade da presidente Dilma desmoronou. A avaliação positiva do governo petista caiu 27 pontos em três semanas,

Hoje, 30% dos brasileiros consideram a gestão Dilma boa ou ótima. Na primeira semana de junho, antes da onda de protestos que irradiou pelo país, a aprovação era de 57%. Em março, seu melhor momento, o índice era mais que o dobro do atual, 65%.

A queda de Dilma é a maior redução de aprovação de um presidente entre uma pesquisa e outra desde o plano econômico do então presidente Fernando Collor de Mello, em 1990, quando a poupança dos brasileiros foi confiscada.

Naquela ocasião, entre março, imediatamente antes da posse, e junho, a queda foi de 35 pontos (71% para 36%).

Em relação a pesquisa anterior, o total de brasileiros que julga a gestão Dilma como ruim ou péssima foi de 9% para 25%. Numa escala de 0 a 10, a nota média da presidente caiu de 7,1 para 5,8.