'É petulância achar que eleitor não saberá opinar sobre reforma política', diz Manuela D'Ávila
A deputada federal Manuela D’Ávila (PC do B-RS), 31 anos, líder do partido na Câmara, considera uma “petulância” um dos principais argumentos contrários ao plebiscito sobre reforma política: o de que os eleitores não saberiam opinar a respeito de temas complexos.
“Alguns têm a coragem de dizer publicamente. Achei que só teriam coragem de dizer nos corredores em baixo tom de voz: que o povo não tem condições de se manifestar sobre temas complexos como a política. Eu fico surpreendida com a petulância de algumas pessoas”, declarou a deputada em entrevista ao Poder e Política, programa da Folha e do UOL.
Íntegra da entrevista (57 min.)
Entre os líderes governistas e oposicionistas, Manuela é uma das poucas vozes a favor de realizar já neste ano o plebiscito apresentado pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso. Ela recomenda, entretanto, “tempo de propaganda política” para esclarecer os eleitores.
O PC do B (13 deputados e 2 senadores) votará a favor do plebiscito, mas é contra o fim das coligações para eleições proporcionais (deputados e vereadores), uma das perguntas sugeridas pelo Planalto. Se essa regra for adotada, a sigla perderá tração nas próximas disputas, quando pretende passar de 20 deputados eleitos.
Apesar do apoio ao plebiscito, Manuela reconhece que “não será uma surpresa” se o Congresso acabar rejeitando a consulta popular sobre a reforma política. “É um jogo de posições. Nós estamos no meio do processo de tabular as posições de todos os partidos”, afirma.
A líder do PC do B também cobra um pouco de atitude dos manifestantes das ruas:
“A participação dos cidadãos –eu tentei falar isso para aqueles que conversavam comigo– é muito baixa. As pessoas perguntavam: ‘O Congresso agora está votando mais sintonizado com a população?’. Pois então, reflitam sobre o papel que vocês têm em acompanhar o parlamentar de vocês. Quando a gente aponta um dedo para o outro, os outros ficam [apontados] para nós. O dedo dos manifestantes foi apontado para uma parte da política. Os outros também podem ser apontados para eles [manifestantes] para que eles reflitam o papel que eles têm enquanto cidadãos”.
Acesse a transcrição completa da entrevista.
A seguir, os vídeos da entrevista (rodam em smartphones e tablets):
1) Quem é Manuela D´Ávila (1:23)
2) ‘É petulância subestimar o eleitor em plebiscito’ (1:27)
3) Manuela: Eleitor precisa de tempo para entender reforma (1:31)
4) É difícil Congresso aprovar plebiscito, diz Manuela (1:22)
5) Manuela: Alves erra ao levar parente em avião da FAB (1:19)
6) Não basta ir à rua, tem de votar bem, diz Manuela (2:36)
7) Manuela: Legalizar aborto é coisa para 5, 7 anos (1:44)
8) Manuela: Brasil não está pronto para liberar drogas (2:24)
9) ‘PC do B é pequeno por evitar cargo executivo’ (1:57)
10) Manuela: Comunismo pode chegar via democracia (2:59)
11) UNE está bem organizada, diz Manuela (1:34)
12) Íntegra da entrevista com Manuela D’Ávila (57 min.)
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