Governo não desistiu de fazer consulta popular sobre reforma política, diz Gilberto Carvalho
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse hoje (9) que o governo não desistiu da ideia de fazer uma consulta popular sobre a reforma política, mesmo após lideranças partidárias na Câmara dos Deputados terem descartado a proposta de um plebiscito. Os líderes substituíram a ideia de plebiscito pela criação de um grupo de trabalho para debater o tema, com a possibilidade de ser promovido posteriormente um referendo.
Carvalho disse que o governo acertou quando lançou a proposta de um plebiscito e que o debate sobre a participação popular na reforma política tem que ser mantido, mesmo que sejam necessárias outras alternativas. “Não vamos abandonar de maneira nenhuma a ideia da consulta, a ideia da participação, a ideia da reforma política, são eixos que se estruturam numa perspectiva de mudar de fato aquilo que o povo quer que se mude, que é nossa cultura política no país”.
Na avaliação do ministro, o governo não errou ao insistir em um plebiscito com resultados que fizessem efeito nas próximas eleições, em 2014, porque a ideia era “a mais adequada” para responder às reivindicações populares apresentadas nas manifestações. “Não consigo imaginar um combate adequado à corrupção sem uma reforma política. O povo pediu, quer uma mudança política de profundidade. Acho que a presidenta acertou em cheio quando lançou essa proposta porque ela corresponde exatamente ao anseio mais profundo das ruas que é o anseio pela renovação na política”, disse.
Segundo Carvalho, diante da decisão dos líderes partidários de descartar o plebiscito, o governo agora tem que “refletir” sobre as alternativas para levar adiante a reforma política com participação popular. “Vamos ver que passo podemos dar, há outras possibilidades que temos que discutir com a sociedade. Seguiremos dialogando. O governo abriu os ouvidos para as ruas, teve e tem sensibilidade”.
Na Câmara, apenas o PT, o PCdoB e o PDT ainda apostam no plebiscito. Para tanto, os três partidos irão em busca das 171 assinaturas necessárias para propor um projeto de decreto legislativo. No entanto, mesmo que a proposta obtenha número suficiente de assinaturas para ser apresentada, dificilmente terá o apoio necessário para aprovação.
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