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Pizzolato responderá por uso de documento falso, diz polícia italiana

Do UOL, em Brasília

06/02/2014 10h12Atualizada em 06/02/2014 11h20

Henrique Pizzolato foi preso na Itália com cerca de 14 mil euros, afirmou a polícia italiana, segundo o canal de TV GloboNews, nesta quinta-feira (6) em entrevista coletiva em Modena. O brasileiro, condenado no julgamento do mensalão,  foi preso em Maranello, mas foi transferido para Modena.

Ainda de acordo com a polícia do país europeu, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil responderá pelo crime de uso de documento falso -- ele foi preso com documentos que estavam em nome de seu irmão, Celso Pizzolato, morto há quase 36 anos. A pena para a falsificação de documentos seria de até três anos de prisão.

Segundo os policiais, foram encontrados com ele diversos mantimentos (comida e bebidas, inclusive alcoólicas) e os documentos falsos em nome de seu irmão.

Fuga de Pizzolato do Brasil

  • Arte/UOL

    Pizzolato saiu do Brasil por Santa Catarina (1), atravessou a fronteira até Bernardo De Irigoyen, na Argentina (2); foi até Buenos Aires (3), de onde pegou um voo até Barcelona (4). A polícia ainda não sabe como ele entrou na Itália, mas ele foi preso em Maranello (5)

A polícia italiana afirmou ainda que ele se encontra preso em uma cela compartilhada.

Pizzolato estava foragido desde 2013. Ele teve sua prisão decretada em novembro do ano passado, ocasião em que se descobriu que ele havia deixado o país, mas só agora se soube a data exata de sua fuga do Brasil.

Um dia após a expedição de seu mandado de prisão, em novembro, Pizzolato divulgou uma carta dizendo que havia fugido para a Itália com o objetivo de escapar das consequências de um "julgamento de exceção".

O ex-diretor do BB foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão, em regime fechado, pelos crimes de peculato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. No julgamento de 2012, o Supremo concluiu que ele desviou, mediante empréstimos fictícios, R$ 74 milhões do fundo Visanet, do Banco do Brasil -- dinheiro que abasteceu o "valerioduto".

A PF brasileria afirma que ele começou a falsificar os documentos em 2007, bem antes de ser condenado, o que leva à hipótese de que a fuga tenha sido premeditada.

Extradição

O Ministério da Justiça afirmou nesta quarta que encaminhará o pedido de extradição do brasileiro, que tem cidadania italiana, ao STF (Supremo Tribunal Federal). O pedido será feito após a comunicação formal da PF ao Ministério da Justiça.

A Procuradoria Geral da República informou que já deu início aos procedimentos para extraditar o condenado.

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