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Pizzolato foi para Argentina e Espanha antes da Itália, diz PF

A Interpol divulgou em seu site uma imagem que seria do passaporte encontrado com Henrique Pizzolato, na Itália. Condenado no julgamento do mensalão, ele estava com o passaporte de seu irmão Celso Pizzolato, morto em um acidente - Divulgaçãi/Interpol
A Interpol divulgou em seu site uma imagem que seria do passaporte encontrado com Henrique Pizzolato, na Itália. Condenado no julgamento do mensalão, ele estava com o passaporte de seu irmão Celso Pizzolato, morto em um acidente Imagem: Divulgaçãi/Interpol

Do UOL, em Brasília

05/02/2014 17h42Atualizada em 05/02/2014 19h59

Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (5), a Polícia Federal informou que Henrique Pizzolato fugiu do Brasil pela fronteira com a Argentina no dia 11 de setembro de 2013, dias após ter seus recursos negados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento do mensalão. Ele saiu pela cidade de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, até entrar no país vizinho.

De lá, segundo a PF, percorreu cerca de 1.300 quilômetros até Buenos Aires, onde pegou um voo para Barcelona, na Espanha, para então ir até a Itália.

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  • Arte/UOL

O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil ele foi preso na Itália nesta quarta-feira pela polícia local.

Pizzolato estava foragido desde 2013. Ele teve sua prisão decretada em novembro do ano passado, ocasião em que se descobriu que ele havia deixado o país, mas só agora se soube a data exata de sua fuga do Brasil.

Um dia após a expedição de seu mandado de prisão, em novembro, Pizzolato divulgou uma carta dizendo que havia fugido para a Itália com o objetivo de escapar das consequências de um "julgamento de exceção".

"Por não vislumbrar a mínima chance de ter um julgamento afastado de motivações político eleitorais, com nítido caráter de exceção, decidi consciente e voluntariamente fazer valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento, na Itália, em um Tribunal que não se submete às imposições da mídia empresarial, como está consagrado no tratado de extradição Brasil e Itália", diz trecho da carta deixada por Pizzolato. 

O ex-diretor do BB foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão, em regime fechado, pelos crimes de peculato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. No julgamento de 2012, o Supremo concluiu que ele desviou, mediante empréstimos fictícios, R$ 74 milhões do fundo Visanet, do Banco do Brasil -- dinheiro que abasteceu o "valerioduto".

A PF confirmou que o condenado usou o passaporte de seu irmão, Celso Pizzolato, que morreu em 1978 em um acidente de carro. Ele também usou RG e CPF falsos.

Segundo os investigadores, ele começou a falsificar os documentos em 2007, bem antes de ser condenado, o que leva à hipótese de que a fuga tenha sido premeditada.

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Extradição

O ministério da Justiça afirmou nesta quarta que encaminhará o pedido de extradição do brasileiro, que tem cidadania italiana, ao STF (Supremo Tribunal Federal). O pedido será feito após a comunicação formal da PF ao Ministério da Justiça.

A Procuradoria Geral da República informou que já deu início aos procedimentos para extraditar o condenado.