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Oposição se reúne para traçar estratégia sobre CPI da Petrobras; governo deve 'revidar'

Senador Alvaro Dias (PSDB-PR) apresenta pedido de criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado para investigar denúncias de irregularidades envolvendo a Petrobras - Pedro Ladeira - 27.mar.2014/Folhapress
Senador Alvaro Dias (PSDB-PR) apresenta pedido de criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado para investigar denúncias de irregularidades envolvendo a Petrobras Imagem: Pedro Ladeira - 27.mar.2014/Folhapress

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

01/04/2014 06h00

Os líderes dos partidos de oposição no Senado e na Câmara dos Deputados vão se reunir no Congresso Nacional nesta terça-feira (1º) pela manhã para tentar definir uma estratégia para a CPI da Petrobras. Em seguida, está previsto um almoço na casa do líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), para tratar do mesmo assunto.

Requerimento para criar uma comissão formada apenas por senadores já recebeu 28 assinaturas, uma além do número suficiente, mas os parlamentares devem decidir se continuam tentando a coleta de apoio para um colegiado misto, formado por integrantes das duas Casas, o que teria mais força política.

Desde que as suspeitas de irregularidades em diversos negócios da estatal vieram à tona, a oposição tem se mobilizado intensamente para apurar as denúncias e pressionar o Planalto. No entanto, ficou em evidência uma briga de egos na tentativa de assumir o protagonismo.

Tanto o PPS quanto o PSDB passaram a coletar assinaturas para criar uma CPI mista, mas por razões diferentes.

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No seu requerimento, o PPS defende que a comissão apure a denúncia de suborno envolvendo a empresa holandesa SBM Offshore.

Por outro lado, o PSDB também começou a buscar assinaturas para uma comissão mista investigar, além da denúncia da SBM, a compra de uma refinaria em Pasadena (EUA), entre outras polêmicas.

Na semana passada, o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), havia anunciado ter obtido 173 assinaturas, duas além do mínimo exigido, no pedido para criar a CPI mista. Depois, mais três parlamentares do PSOL também teriam aderido ao requerimento. Ainda faltam as assinaturas de pelo menos 27 senadores.

Ontem, Bueno disse ao UOL que essa questão seria justamente decidida na reunião de hoje entre os líderes oposicionistas. “Vamos discutir qual caminho iremos adotar”, afirmou.

Caso haja entendimento para ser criada a CPI apenas no Senado, o pedido poderá ser lido em plenário na sessão desta terça. O requerimento foi protocolado na quinta-feira (27) pelos senadores tucanos Alvaro Dias (PR), Cyro Miranda (GO) e Flexa Ribeiro (PA). Após a checagem das assinaturas, cabe ao presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), fazer a leitura. No entanto, ele já informou que pretende conversar com os líderes dos partidos antes.

Contra CPI da Petrobras, líder do PT ameaça com CPI do cartel dos trens

Estratégia do governo

Enquanto isso, nos bastidores, o Planalto trabalha para convencer parlamentares que já assinaram o requerimento a retirarem o seu apoio –eles podem fazê-lo até a meia-noite do dia em que for feita a leitura.

Em retaliação, o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), também pretende propor hoje à bancada petista que sejam incluídos adendos aos requerimentos da CPI da Petrobras para apurar as denúncias sobre as suspeitas de cartel de trens em São Paulo, governada pelos tucanos.

Se a proposta não for aceita, ele informou que deverá apresentar um requerimento em separado para criar uma CPI mista específica sobre o assunto.

O deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), que assume a Secretaria de Relações Institucionais nesta terça, já iniciou as articulações políticas do governo com o Congresso , segundo o serviço "Valor PRO", e deverá tentar barrar a CPI.

Nos bastidores, alguns deputados do próprio PT afirmam que a defesa da ampliação do foco da CPI da Petrobras foi um erro político, porque seu anúncio mostrou para a oposição um dos planos do governo.

 

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