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Dilma promete água do São Francisco para 2014

Do UOL, em Maceió

13/05/2014 11h38Atualizada em 25/06/2014 16h59

A presidente Dilma Rousseff prometeu, nesta terça-feira (13), entregar parte do eixo norte da transposição do rio São Francisco ainda em 2014. Em entrevista a jornalistas durante visita a São José de Piranhas (PB), Dilma justificou o atraso na entrega dos canais e túneis pela complexidade da obra.

"Até o final do ano vamos entregar uma parte, que vai ter água [de Pernambuco] até o Ceará, e outra parte fica para o próximo ano. Mas é preciso entender que são obras complexas. Aqui tem obras de arte a serem consideradas. Esses 477 km escondem uma série de outros projetos que estão conjugados. Não é um obra qualquer, é uma obra que vai beneficiar 12 milhões de nordestinos", disse.

Para Dilma, com a obra pronta, o semiárido poderá ter uma política eficaz de convivência com a seca, já que, além da transposição, uma série de obras paralelas estão sendo feitas para garantir o abastecimento de água aos nordestinos. "O São Francisco é o rio que beneficia mais a população nordestina, e essa obra vai garantir uma diferença de qualidade de vida. Você veja que há uma situação muito difícil no estado mais rico, que é São Paulo, com a falta de água lá na Cantareira. Você veja que o Nordeste tem esse mérito desse planejamento", alegou.

A presidente, que será candidata a reeleição, voltou a alfinetar o governo tucano, sem citar nominalmente o governador paulista Geraldo Alckmin, pela falta de obras estruturantes para abastecimento de água. "Acontece uma coisa engraçada no Brasil: quem nunca fez quando pôde, cobra de quem faz quando pode", disse.

Além de São José de Piranhas, Dilma ainda vai a Jati (CE) e Cabrobó (PE) --esta última onde deverá enfrentar protestos de líderes municipais.

A obra

A obra de transposição do São Francisco começou em julho de 2007, tocada pelo Exército, e é totalmente feita com recursos federais. Desde de seu anúncio, a obra passou a ser criticada por muitos ambientalistas e líderes locais, que cobram a revitalização do rio.

Orçada em R$ 8,2 bilhões, a obra é dividida em dois eixos: o Norte, que sai de Cabrobó (PE) e vai a Cajazeiras (PB), e o Leste, com início em Floresta (PE) e término em Monteiro (PB).

Segundo a estimativa do governo, a obra deverá levar água a 12 milhões de pessoas de 390 municípios de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A previsão apresentada para conclusão é o final de 2015, segundo estimativa do ministro da Integração Nacional. Hoje, 10.000 pessoas trabalham nas obras.

Durante o governo Lula, o presidente chegou a visitar as obras em duas oportunidades e, na despedida do seu governo, em dezembro de 2010, disse que "somente um dilúvio" impediria de uma parte da obra --que hoje será visitada por Dilma-- ser entregue em 2012.

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