Ministro Mauro Borges pede demissão a Dilma
O ministro Mauro Borges (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) afirmou nesta quarta-feira (12) que entregou sua carta de demissão à presidente Dilma Rousseff (PT).
Segundo a "Folha de S.Paulo", a Casa Civil teria pedido a todos os ministros que deixem seus cargos à disposição para que Dilma tenha liberdade para montar a equipe de seu segundo mandato.
"Eu já entreguei a minha carta ontem. Esse é um procedimento natural em um governo de transição. É natural que os ministros deixem a presidenta à vontade para ela montar o seu ministério no segundo mandato. Isso é absolutamente salutar. É parte da democracia. Considero isso um fato absolutamente positivo", afirmou Borges.
O ministro negou que a presidente tenha feito um pedido para antecipar a entrega das cartas de demissão. "Há uma visão geral de todos os ministros de que esse é o momento adequado. Estamos dentro do calendário da transição. É natural que isso aconteça."
Ele ainda defendeu que pode voltar a ser professor na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais)."Agora o meu plano é continuar ajudando o Brasil. O meu curso natural é o retorno à Universidade Federal de Minas Gerais, onde sou professor titular. É claro que estou à disposição do Brasil. Eu fui formado, fiz PhD no exterior, pós-doutorado, morei no exterior, tudo isso com dinheiro público, sempre com bolsa do CNPq e da Capes. Então, sou um funcionário público de carreira à disposição", disse.
Borges comandava a pasta do Desenvolvimento desde fevereiro, quando o ex-ministro Fernando Pimentel (PT) deixou o governo para disputar as eleições deste ano pelo governo de Minas Gerais. À época, Borges ocupava a presidência da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e era um dos indicados de Pimentel para substituí-lo no cargo.
Ontem, a comitiva da presidente Dilma em reunião do G20 foi surpreendida pelo pedido de demissão de Marta Suplicy, ministra da Cultura. Hoje, Dilma tentou minimizar a polêmica sobre a decisão de Marta em divulgar a carta de demissão durante sua viagem presidencial ao exterior.
"Não estabeleci prazo para ninguém sair. O Palácio não fala, é integrado por paredes mudas. Só quem fala sobre reforma é essa pessoa modesta que vos fala aqui", disse aos jornalistas, após encontro em Doha, no Qatar, com autoridades locais.
Dilma afirmou também que soube com antecedência do teor da carta de demissão de Marta.
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, informou que também entregará sua carta de demissão na próxima terça (18).
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