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Rollemberg toma posse no DF ressaltando crise e falando de 'austeridade'

1º.jan.2015 - O ex-governador Agnelo Queiroz (esquerda) passa a faixa para o governador eleito do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), em cerimônia de posse  - Joel Rodrigues/Estadão Conteúdo
1º.jan.2015 - O ex-governador Agnelo Queiroz (esquerda) passa a faixa para o governador eleito do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), em cerimônia de posse Imagem: Joel Rodrigues/Estadão Conteúdo

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

01/01/2015 11h32Atualizada em 01/01/2015 18h27

O novo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), e o vice-governador, Renato Santana (PSD), tomaram posse dos cargos na manhã desta quinta-feira (1º), na Câmara Legislativa.

A sessão solene de posse foi secretariada pela deputada distrital Liliane Roriz (PRTB) e presidida pelo presidente da Casa, deputado Wasny de Roure (PT).

Antes de ser empossado, Rollemberg participou de uma missa na Igreja Dom Bosco, em Brasília, ao lado de sua família. No período da tarde, Rollemberg vai participar da cerimônia de posse da presidente reeleita, Dilma Rousseff.

A transmissão de cargo por Agnelo Queiroz (PT) ocorreu no Palácio do Buriti. Mas não haverá coquetel de encerramento por determinação do novo governador para economizar.

Segundo Rollemberg, o Distrito Federal passa uma crise financeira “muito grave” e exige “austeridade”. O rombo nos cofres públicos é estimado pela equipe de transição em R$ 3,8 bilhões.

“Vivemos uma crise sem precedentes, a cidade está destroçada. [...] A situação econômica é grave, gravíssima, vivemos o maior desequilíbrio orçamentário da história de Brasília, isso exigirá uma postura firme e eficiente para poder equilibrar as contas públicas”, discursou.

Em meados de dezembro, Rollemberg anunciou que cortaria 15 secretarias do atual governo Agnelo, que tem 39 pastas. O socialista também afirmou que fará governo transparente e combaterá a corrupção. “A cidade não pode ficar identificada pelos desmandos e ineficiência e como cidade da corrupção”, declarou.

Após as eleições, em outubro, o pagamento de funcionários públicos e terceirizados do Distrito Federal ficaram atrasados e uma série de paralisações foram feitas. De janeiro a outubro deste ano, a diferença entre as despesas e as receitas do governo chegou a R$ 3,2 bilhões.

“As dificuldades são imensas, mas são muito menores que o sonho de construir Brasília. [...] Teremos um governo ético e honesto. [...] Vamos declarar guerra à burocracia”, disse Rollemberg. “Nossa prioridade será a educação.”

Após a cerimônia de transmissão de cargo, Rollemberg afirmou que está negociando com o governo federal o adiantamento da segunda parcela do Fundo Constitucional para atenuar a crise financeira. “A prioridade é regularizar os salários dos servidores e os [contratos de prestação] de serviços”. O adiantamento deve ser de cerca de R$ 412 milhões.

Rollemberg foi eleito com 55,6% dos votos válidos, contra 44,4% de Jofran Frejat (PR) no segundo turno. Esta será a primeira vez que o PSB assume o governo da capital federal. Desde 1989, o Distrito Federal já foi governado por PTR, PT, PMDB, PSDB, PFL, DEM e PR.

A coligação de Rollemberg só conseguiu eleger quatro dos 24 deputados distritais da Câmara Legislativa do DF. Com a base aliada reduzida, o governador deve enfrentar dificuldades para aprovar projetos na Casa.

“Dirijo-me agora aos 24 deputados distritais eleitos. Acima de tudo está o povo, que espera de nós que trabalhemos para a população. Os parlamentares da base do governo e da oposição com que conversei estão conscientes e tenho certeza de que para tudo o que seja necessário ao povo de Brasília estaremos juntos”, afirmou o governador.

Rollemberg nasceu no Rio de Janeiro, mas sua família é sergipana. Ele se mudou para Brasília com apenas um ano de idade. É filho do ex-deputado Armando Leite Rollemberg. Formado em história, começou a vida política no movimento estudantil da faculdade. Filiou-se ao PSB em 1985.

É senador pelo DF e foi deputado distrital e federal pelo DF e secretário de Turismo do governo de Cristovam Buarque (atualmente no PDT) entre 1995 e 1998. Rollemberg declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de pouco mais de R$ 760 mil, com terrenos, cabeças de gado e até bonecos de campanha.

O vice de Rollemberg é o secretário-geral do PSD no DF. Ele já foi administrador de Ceilândia (DF) no governo de Rogério Rosso, em 2010.