MTST protesta em 7 Estados por avanço na habitação; atos são cancelados
Após realizar manifestações e paralisar vias em sete Estados brasileiros na manhã desta quarta-feira (18), o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) informou que os atos agendados para a tarde em pelo menos cinco Estados --Tocantins, Piauí, Pará, Espírito Santo e Roraima-- não aconteceram ou foram remarcados. Em Santa Catarina, ainda não há, até o momento, a confirmação das manifestações previstas.
O MTST reivindica o lançamento imediato da terceira etapa do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, e protesta contra a política de ajuste fiscal. Este é o terceiro protesto político com alcance nacional em menos de uma semana. No domingo (15), cerca de 2 milhões de pessoas protestaram contra o governo em todo o país. Na sexta (13), os atos defenderam a presidente Dilma Rousseff e a Petrobras, mas criticaram a politica econômica do governo.
Os protestos do MTST à tarde aconteceram apenas em duas cidades paulistas. Na cidade de Sumaré, interior de São Paulo, um tumulto marcou a manifestação dos sem-teto da comunidade de Vila Soma. A passeata, que também criticava o despejo de 2.500 famílias que residem no local desde 2012, foi suspensa. Duas pessoas foram levadas para a delegacia.
O tumulto começou quando o morador de uma casa apontou uma arma não letal para o líder do protesto. Depois disso, os manifestantes apedrejaram a casa do morador e a Polícia Militar usou balas de borracha, bombas de efeito moral e gás de pimenta para conter a confusão. O grupo pretendia seguir em marcha até o quilômetro 113 da Rodovia Anhanguera e bloquear o sentido capital da via. Por enquanto, não há informações sobre a retomada da manifestação.
Em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, manifestantes se concentraram no Terminal Ferrazópolis e fizeram um ato na rodovia Anchieta, que liga a capital paulista à Baixada Santista, interditando a via no sentido de São Paulo. Segundo a PM, cerca de 150 pessoas participam do protesto.
A representante do MTST no ABC, Lisandra Pinheiro, disse que a terceira fase do Minha Casa, Minha Vida era para ter sido entregue em janeiro de 2015 conforme acordo com o governo federal, o que não ocorreu até o momento.
"O movimento não é só pela moradia, ele quer um brasileiro digno. A gente quer uma reforma política, urbana, tributária, dentro do Congresso, no Executivo, no Legislativo, é um contexto, em que o trabalhador tem que ser o beneficiado", disse.
Em Minas Gerais, integrantes do MTST e do governo estadual se reuniram à tarde após manifestação que interditou trecho da rodovia MG-10 próximo à Cidade Administrativa, na manhã desta quarta. De acordo com a assessoria do governo, foi firmado compromisso no qual as pessoas que estão em ocupações urbanas no Estado não serão retiradas "sem que seja [apresentada] uma proposta digna de moradia para os ocupantes".
A afirmação foi feita pelo presidente da Companhia de Habitação de Minas Gerais (Cohab), Claudius Vinícius Leite Pereira. Já o secretário de governo, Odair Cunha, afirmou que o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), acompanha a situação das ocupações urbanas e o assunto será tratado pelo petista como "tema social".
* Com Agência Brasil
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