Topo

Protesto tem confronto em frente ao Congresso; quatro são detidos

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

07/04/2015 15h35Atualizada em 07/04/2015 18h26

No ato organizado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), UNE (União Nacional dos Estudantes) e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) nesta terça-feira (7) em várias capitais, manifestantes e policiais militares entraram em confronto em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. Quatro manifestantes foram detidos e houve oito feridos, incluindo dois deputados.

Segundo a PM do Distrito Federal, havia 2.500 pessoas no protesto, mas a CUT estima em 5.000 o total de manifestantes. A entrada de carros na Chapelaria do Congresso Nacional foi bloqueada para evitar tumulto, e uma barreira humana de policiais foi formada para isolar o Parlamento.

No entanto, um carro de som tentou entrar na Chapelaria do Congresso, e a PM reagiu com bombas de efeito moral. Em resposta, os manifestantes jogaram bandeiras, garrafas d'água, cones e pedaços de madeira nos policiais, que recuaram. Os vidros de um dos ônibus da PM foram quebrados durante o tumulto.

Três manifestantes foram detidos pela PM e estão sob custódia da Polícia Legislativa da Câmara -- dois deles por depredação de patrimônio e um por lesão corporal. Os nomes não foram revelados.

Segundo a PM, dois manifestantes que ficaram feridos durante a confusão foram atendidos pelo serviço médico da Câmara. Outros três policiais também foram atendidos pelo mesmo motivos. Os policiais não deram mais detalhes sobre o estado de saúde das pessoas feridas.

Por volta das 17h30, os manifestantes começaram a deixar o gramado em frente ao Congresso, e alguns se deslocaram para o Anexo II da Câmara dos Deputados, onde a segurança também foi reforçada.

Ato contra terceirização

O protesto é contra o projeto de lei 4330, que amplia a terceirização. O principal ponto do PL é a permissão de que empresas terceirizem não só atividades-meio (funções de apoio ao negócio central da empresa, como limpeza e vigilância), mas também as atividades-fim (por exemplo, a fabricação de carros, no caso de uma montadora). Entre os gritos de guerra dos ativistas, estavam "não à precarização" e vaias ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e ao relator da proposta, Arthur Maia (SD-BA).

Em São Paulo, a manifestação acabou encampando outras bandeiras, como a defesa do SUS. Também houve manifestações em capitais como Macapá, Maceió, João Pessoa e Fortaleza.

O projeto de terceirização está na pauta do plenário da Câmara nesta terça-feira, mas o governo trabalha para adiar para o final do mês a apreciação da proposta.